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Poemas e Cativeiros


"E os poemas do cativeiro não quebram as correntes e nem abrem as portas, mas, por razões que não entendemos bem, parece que os homens se alimentam deles e, no fio tênue da fala que os enuncia, surge de novo a voz do protesto e o brilho da esperança." (O que é religião - Rubem Alves. p. 20)


Se houve uma frase que me explica-se o por quê de me dedicar tanto a escrita - mesmo que esta não sejam lidas -, seria esta de Rubem Alves.


O poeta é estimulado pela cativeiro que o aprisiona, a tecer palavras que alinhadas a outras palavras se tornarão voz de protesto.


Lembro-me de tantos "poetas do cativeiro" que ficaram eternizados pela história, e de como eles se posicionaram contra a opressão, se lançando contra o regime que lhes cortavam as asas.

Seja através do uso de belíssimas e cortantes retóricas pronunciadas em altos palaques; seja através de cartas redigidas as pressas e à mão nos cárceres; seja com a marcha de muitos pés ao longo das ruas e avenidas, o clamor dos poetas se faz ouvir.


As mudanças mais radicais, em contexto histórico que for, aconteceram quando prenderam os poetas, os sonhadores, os diferentes. Aconteceram quando tentaram impor regras normativas, ou cosmovisões restritas. A revolução aconteceu quando uma voz ousada fez se escutar no silêncio da repressão.

Claro que os poemas, os versos, as vozes por si só não conseguiram derrubar as paredes, arrebentar as correntes, estraçalhar os grilões. Mas serviu de fio condutor para canalizar as vontades de mudanças para o momento propício; serviu para propagar a voz de protesto; para reavivar a esperança.


Os homens se alimentam desses escritos. Mas como se pode ver: não é qualquer homem. Só os encarcerados farão suas vozes ouvir. A repressão trará mudanças, se forem bem aproveitadas. Do caos emergirá a ordem. Do rompimento do velho sistema surgirá uma nova ordem; uma nova ordem de pensar e enxergar o mundo.


Minhas grades ainda estão a minha frente; os grilhões ainda nos meus pulsos; mas em contraste a isso tudo, o papel e a caneta estão ainda em minhas mãos. E eu me alimentarei de meus poemas, até que de minha tênue fala se propague brados de protesto e brilhos de esperança.


Tenho dito...

Desabafo a Deus...

Eterno, você é por si só Inalcançavél, Incomprensível, Incomensurável, como pode o ínfimo ser humano determinar o que passa em sua intendível mente? Como podemos levantar bandeiras, fazer guerras, excluir pessoas, em nome do Senhor? Que ousadia é essa que tomou conta de nós?

Confesso a ti que estou profundamente magoado. E me magoo com aqueles que inquestionavelmente dizem ser conhecedores de seu caráter e de sua personalidade. Triste estou com aqueles que afirmam categoricamente serem filhos do senhor e de possuírem a mente de Cristo. Injuriado com aqueles que a frente estão da massa religiosa. Decepcionado porque sei que essa cabeça medieval, que exclui o séc XIX da história, não mudará, e enquanto grandes homens não se levatarem para sepultar esses dogmas que refletem muito mais os humanos, do que Tu que és divino, muitas pessoas continuarão no obscurantismo que a Idade Média institucionalizou.

Com a consciência pesada fico, pois por muito tempo eu levantei o meu dedo, e em alta voz bradei certezas que vejo que não as terei enquanto com o senhor eu não me encontrar. Não me castigues por ser tão menino...

Liberte pelo amor aqueles que são oprimidos pela falsidade, pela fofoca; que são reprimidos por qualquer tipo de jugo, seja dogmas e doutrinas, ou leis que não corresponde com o céu. Enxuge as lágrimas dos que choram, como creio que farás, porque incompreensão e obrigações ferem o coração. Acalme com sabedoria aqueles que, como eu, se revoltam com a situação atual da existência, pensando em jogar tudo para o alto. E traga de volta a esperança que a muito mingua; esperança que mostrar estar o seu amor acima das pessoas, das escolhas, das igrejas, das doutrinas, da sociedade, dos pecados, dos demõnios, de Satanás... Esperança, que se nos aprover, chamemos pelo nome de Jesus.

Um humilde e revoltado ser humano...


Alan Buchard


Como diz Kierkegaard: "Um dia, uma linha...", escreverei mais vezes nesse blog! Por agora...

... Permitam-me fazer uma alegoria as palavras proferidas por Jesus, retirando-as do seu contexto: "Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas" (Mateus 7:6)

Minha intenção aqui não é falar de missões, evangelismo, salvação e etc, mas sim daquilo que é íntimo... Daquilo que é considerado para cada um, o maior tesouro!

Apesar dor termo "tesouro" ser muito pouco utilizado por nós nesses tempos modernos, retrata bem a identidade própria de cada um. algo a ser enxergado, tal como os piratas que viveram séculos atrás enxergavam suas conquistas de ouro e prata: com Seriedade e Mistério.

Pensamentos íntimos, vontade própria, ideologias poderão ser más interpretadas, se com seriedade não refrearmos os impulsos que ocasionalmente surgem, e que aparentemente precisam ser extravazados, não importando quem quer que ouça.

O resultado pode ser desastroso...

O mistério tem que pairar, até que se decida ser quem você é, e ter peito para suportar o escândalo que isso será. O mistério deve ser velado. Para desvendá-lo... Só se reportando a quem criou o mistério.

Cada um tem seu tesouro que merece ser muito bem guardado, se possível, escondido. E que só merecem ser revelado para aqueles que não farão como os porcos fazem com as pérolas. Nem deêm aos cães o que é santo no subjetivo...

Para estes cães, estes porcos, pérolas não servem para nada. Afinal, são seres irracionais. E para quem não pensa, diálogo pouco adianta.

Não lançeis pérolas aos porcos, nem o que é santo aos cães, porque dessa forma, seu tesouro - de estimadíssimo valor - não será reconhecido pela massa irracional dos porcos e cães, que não farão outra coisa a não ser pisar sobre ele.

E que dor profunda será....

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