Duas forças opostas? Dois caminhos antagônicos? A guerra é antiga e os combatentes são atuais.
Desde que o ser humano se apercebeu de sua capacidade de pensar racionalmente, mitos, lendas e supertições foram postas em xeque, e seu real objetivo, questionado.
Fomos criados com faculdades mentais - pensamento lógico, auto estima, individualidade, memória verbal, casualidade, interatividade, temporalidade, idealismo e outras mais - que nos diferenciam dos demais seres vivos do planeta Terra.
Porém, junto com as faculdades mentais, fomos desenvolvendo com o passar dos tempos, questionamentos a cerca daquilo que nos rodeia, daquilo que não enxergamos e daquilo que ainda está por vir. E é nesse momento que tudo o que consideravamos como o principio elemental de todas as coisas, passou a ser analizado a partir de uma ótica inovadora e complexa: a Razão.
Nos momentos de florecimento da razão - seja com os filósofos gregos ou a partir dos filosofos do séc XVII a XIX - as pessoas viviam crendo fervorosamente ora em supertições, ora em doutrinas religiosas irracionalmente fundadas. Poderíamos dizer que tudo girava em torno do Teo (Deus) ou Teísmo (crença em Deus).
O Teísmo surge da capacidade do homem de procurar entender Deus. Ele toma para si um pressuposto para fundar seu novo conceito; considera como absoluto; passa a propagar a sua visão e, acredita quem quiser.
Acreditar nesses '''absolutos'' e passar a propagá-los como verdade dependerá da fé que o religioso devota a sua causa. E com a fé ele comprovará a existência d seu deus e a veracidade de sua doutrina.
Essa visão Teísta entrará em conflito com o Ateísmo. Propagando que é irracional acreditar em Deus, o ateu simplesmente declará que Deus não existe. Este, devotando a sua fé na não-existência de Deus, era disseminar o seu absoluto, e dirá firmemente possuir provas da não existencia do Divino. Para isso, o ateu usará as características negativas presentes nas religiões de modo geral - fanatismo, hipocrisia, crimes em nome de Deus, exploração dos fiéis - e também a razão, ou pseudo razão.
Contudo, se formos usar realmente a razão, perceberemos que tanto o Teísmo como o Ateísmo possuem pontos em comum, se não são a mesma coisa.
O teísta não consegue explicar a existência de Deus, a não ser por sua fé. O ateu não consegue comprovar a não-existencia de Deus, a não ser por sua fé. O teísta diz crer em Deus por revelação deste Divino a ele mesmo, o ateu, crê na não-existencia de Deus por revelação(percepção) da sua razão.
Teísmo e Ateísmo pode parecer, superficialmente, antagônicos, mas em suma, são a mesma postura filosófica. A fé dos dois é posta em ''objetos'' diferentes, mas não deixa de ser fé. Por isso, precisam serem respeitadas!
Um religioso tentando comprovar a existencia de Deus a um ateu é ignorância. O ateu tentando convencer o teísta da não-existencia de Deus é estupidez. Todos os dois irão achar que tem provas o suficientes para basear seus argumentos, quando de fato não o tem.
Pensando dessa forma, aprende-mos uma licão deixada por Cristo: "Bem aventurados os humildes de espírito...". Quando reconhecemos que Ateísmo e Teísmo são dois lados da mesma moeda, o religioso aprende sobre a humildade ao reconhecer no ateu uma pessoa digna e inteligente e, não ''endemoniada''. E o ateu aprende sobre a humildade ao enxergar o teísta não como um ignorante acadêmico, mas uma pessoa de equilíbrio e fé como ele, salva as excessões.
No ínico do título o "A" de Ateísmo está entre parêntese. Foi de propósito, já que em última análise, teísmo e Ateísmo são irmãos gêmeos.
"O conhecimento próprio leva-nos como pela mão à humildade." (Josemaría Escrivá)
Era reiterado que os antigos romanos culpassem os antigos cristãos de ateísmo, desculpando assim a sua perseguição?
Pode ser que o (a) teísmo, por vezes, seja a posição oficial de países comunistas, o que me instiga a concordar com o que você disse: “Teísmo e Ateísmo podem parecer, superficialmente, antagônicos, mas em suma, são a mesma postura filosófica. A fé dos dois é posta em ''objetos'' diferentes, mas não deixa de ser fé. Por isso, precisam ser respeitadas!” Claro, em perspectiva como exemplo a ex-União Soviética, o ex-bloco Oriental e a República Popular da China. Karl Marx, ateu e descendente de rabino judeu, assegurava que religião é "o ópio do povo", automaticamente concordando que esta, existe para encobrir o verdadeiro estado das coisas numa sociedade, tornando as pessoas mais receptivas à influência social e exploração.
Humildade.
Com essa temática você encerrou o texto. Imprevisível. Ficou interessante a ligação com o equilíbrio, citado em outra postagem sua.
Gostei dos gêmeos Teísmo e (A) teísmo. Quem deu a luz à eles? (risos)
Se eu falei alguma besteira me corrija. Não sou de teologia mesmo. Quem sabe ano que vem?
Deus te guarde amigo.
Sobre os "gêmeos"...Foi uma concepção criada por mim, dps q pensei um cadim! xD
Para mim, reflete bem a realidade!
Abração enoque