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Into the West

Niterói, 15 de novembro de 2010



A melodia toca lentamente em meus ouvidos, e sinto-me desvanecendo a cada novo acorde. Sou invadido por uma vontade de transcendência, como que chamado por uma viagem longa, bela e sem volta. Em meu peito arde a chama desse mistério que me atrai até si, me convidando a descortinar a existência e a responder minhas perguntas.

A melodia ressoa dentro e mim e já vejo meus pés caminhando pelo Oeste. Há longo caminho a ser percorrido até as praias mais distantes e ao porto mais belo. Sou movido a encanto e todo meu corpo age pela magia contida entre cada nota dessa canção dos deuses.

Há em mim vontade de transcender, mas é preciso esperar a minha hora e àqueles que me vem buscar de tão longe. E nessa espera vou deixando a cada segundo um pouquinho mais de mim. Vou andando à passadas lentas, inspirado pela canção...

Pelo Oeste há magia ao meu redor e sons dentro de mim! Acredite, sou conduzido e nem se quer faço força para caminhar. Isso age dentro de mim e por mais que possa tentar não há por onde escapar. Eu apenas me entrego à melodia e me deixo ser levado...

Antes mesmo de chegar meus olhos já vislumbram meu fim. Com alegria e atônito vejo a chegada do último navio vai em direção ao fim do Oeste. Em direção à Valinor, morada dos deuses.

Quando eu chegar ao Porto, a melodia continuará ressoando dentro do meu coração, mostrando-me minhas perdições e minhas glórias. Embalado por essa magia, uma última olhadela darei para aquele que um dia fui; e num ato de adeus porei meus pés dentro do navio chamado transcendência!

Da praia até Valinor um grande oceano se apresenta à mim como um último caminho a ser percorrido. Entre o vai e vem das ondas e ao som da melodia que sai da boca desses seres de sabedoria que pilotam o navio, vou me despindo da existência. Não imponho entraves... Apenas me abandono nesse momento.

Ao que vejo as encostas da cidade dos deuses, a melodia soa mais forte ao meu redor, como que a dar-me boas vindas ao reino dos imortais, minha nova casa, lugar de meu descanso. O navio vai se aproximando...

Já posso distinguir rostos iluminados com sorrisos nos lábios. Minha hora se aproxima, devo deixar minha existência de lado...

Agora a canção sai da boca dos habitantes da cidade iluminada! Não me restam dúvidas. Minha hora chegou!

Corpo, já podes descansar! Coração, já podes parar de bater! Alma, já podes transcender! A melodia está a te guiar...

♦♦♦

Into the West

Lay down
Your sweet and weary head
The night is falling
You have come to journey's end
Sleep now
And dream of the ones who came before
They are calling
From across the distant shore

Why do you weep?
What are these tears upon your face?
Soon you will see
All of your fears will pass away
Safe in my arms
You're only sleeping

What can you see
On the horizon?
Why do the white gulls call?
Across the sea
A pale moon rises
The ships have come to carry you home

And all will turn
To silver glass
A light on the water
All souls pass

Hope fades
Into the world of night
Through shadows falling
Out of memory and time
Don't say
We have come now to the end
White shores are calling
You and I will meet again
And you'll be here in my arms
Just sleeping

(Chorus)

And all will turn
To silver glass
A light on the water
Grey ships pass into the west

Do mistério da existência

Niterói, 10 de novembro de 2010

Penso cá comigo: que mistério é esse o viver? Que surpresas estão escondidas em cada curva de nossa existência? O que enxergamos são sorrisos, lágrimas, olhares brilhantes, semblantes tristes. Mas, o que no fundo há por trás disso tudo? Quais mistérios estão escondidos em cada mente? Qual o mistério de viver por 100 anos? Ou no meu caso, o mistério de se ter 20 anos?

Eu sinto dores tentando existir! Mas mesmo martirizado não consigo ainda desvelar o mistério que envolve o viver...

Confesso que às vezes fico perdido! Muitos falam muitas coisas. A quem seguir? Uns falam em Deus, outros em homens; uns afirmam pós-vida, outros em vida. Porém, ainda assim não conseguem me responder: Que mistério é esse de viver?

Talvez eu que não os queira ouvir, ou talvez nem precise, mas o que mais quero é captar a essência da vida. Quero desvelar esse mistério!

O que é viver? Não pode ser apenas o passar de um dia após o outro; existe algo por trás, algo que ainda não nos contaram. Mas não é algo mágico, divino ou fantasioso; isso seria simples demais. É apenas humano!

Eu fico agoniando! O que será que ele pensa? O que será que o amor da minha vida pensa quando olha para o nada, numa dança de olhares? O que é isso que ele busca? Será o mesmo que busco? Isso é mistério! Que mistério é esse que envolve a existência dele?

Tenho dores. Alivio-as escrevendo! Mas eu preciso saber....

Quero rasgar esse véu; quero quebrar essa fôrma; quero matar essas fórmulas; quero esquecer o estabelecido; quero furar meus olhos e não enxergar os muitos que apontam vários caminhos. Quero andar com minhas próprias pernas e não ter um tutor. Quero fazer o meu mapa do tesouro escondido. Quero a essência de cada momento. O corriqueiro já me cansou!

Quero entender o que o silêncio diz; o que o sorriso esconde; e o que a lágrima lava. Quero simplesmente entender... Mas não quero manuais!

Quero chão a ser percorrido: sozinho ou com bem poucos!

Quero a vida! Não o dizem dela. Quero-a...

Quero que a noite fria e silenciosa me ensine os mistérios das estrelas cintilantes. Quero o que Sol ofuscante mostre-me o interior de cada caverna. Quero que a chuva tímida me faça sentir o cheiro de terra úmida. Quero que a primavera me explique as várias cores das muitas flores; e o outono a razão das folhas despencarem dos braços de sua mãe.

Quero poesia e filosofia!

Quais são os mistérios? O que eles querem nos dizer? Querem nos ensinar a ousadia do muito falar ou a humildade do silêncio? Que mistério é esse que está em sua mente? Conte-me, eu só quero saber! Explique-me e talvez sejamos um só...

Queres viver comigo? Arrume as malas... Muito caminho há pra se percorrer e a hora já vai alta...

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