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Do desespero de amar

Niterói, 26 de outubro de 2012

"O primeiro amor é um doce desespero..." (My week with Marilyn - Film)

Talvez seja necessário o mergulhar profundo no doce desespero que é o primeiro amor...

Não faltam palavras neste caderno que descrevam o intenso desespero que é amar pela primeira vez e ver esse imaculado amor acabar de uma hora para a outra. Dias, semanas, meses, anos, não importa: há de acabar, restando o doce e amargo sabor do sonho que um dia foi real e hoje é apenas saudade.

Ausente está a necessidade de refazer os antigos passos do primeiro amor. Observo silenciosamente à distancia. Na lembrança sempre tão dolorosa que acompanha tudo o que um dia foi, a presença do desespero que ainda não ousava apossar-se, mas que ao largo sempre caminhava. Desespero utópico naqueles dias... verdadeiro no final.

Fundido ao corpo, penetrando pelos poros, correndo dentro das veias, esmagando o coração. É ele, o desespero a tornar-me mais prudente, menos obsessivo, mais desconfiado, certamente mais sincero à nova paixão encontrada na estrada daquilo a que chamamos de Vida.

"Não pedirei que não chores, pois nem todas as lágrimas são um mal...", ouvi certa vez da boca de um sábio que fumava cachimbo nas bordas de um porto: lágrimas de um desesperado, sabedoria de um homem de coração aos pedaços...

No final de tudo pode ser que nada faça sentido, e creio que realmente não fará. Por ora, acalma as dores de um coração maltrapilho. Que infâmia há em dar alento ao viajante que de tanto vagar possui os pés cansados, os ombros encurvados, a face desacreditada? Deixe que descanse enquanto houve de durar o seu repouso... A quimera de ter finalmente chegado ao lar pode trazer-lhe alguma paz, mesmo que efêmera. À sua verdadeira casa, em breve verá, ainda não chegas-te: precisará muito caminhar antes de se aperceber que durante todo esse tempo carregou consigo o que sempre procurou. Até lá, deixa-lhe que o desespero sirva-o como guia, e não recuse-lhe abrigo quando houver de bater em sua porta...

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