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Do escrever filosofia

Niterói, 23 de Junho de 2010


Prisão! Escrever é encarcerar pensamentos para que, uma vez presos, possam ser decifrados. Num cérebro em turbilhão, milhares de pensamentos voam em dança desordenada; em caos criador.

Escrever filosofia é captar instantes sublimes, encarcerando-os nas celas de eternidade. A beleza brutal do cárcere aqui se encontra: possuir eternamente uma epifania que em segundos já desvaneceu! Num momento de impulso criador, a pena do escritor corre de um lado a outro do papel, em êxtase frenético, no intuito de dar forma à imagem do frenesi. Seus contornos eternizados então em tinta, dos quais nunca mais esquecemos. O eterno gravado em nós.

De tal tarefa, nós os filósofos, somos consumidos! As forças exauridas pelo construir da eternidade. Ficamos como mortos-vivos: cabeça tombada sobre a mesa, coração em perpétua satisfação. Os instantes captados queimam nossas mãos com o calor de sua essência, que é pura luz, para assim serem acorrentados em amarras de tinta. Dor compensada pelo eterno reluzir.

Escrever filosofia é morrer após o último ponto final, e reviver junto com as primeiras letras de um novo frenesi de luz e calor. Escrever filosofia é morrer em terra, para eternizar-se em tinta e em papel.

1 Comment:

  1. Anônimo said...
    Belas palavras.

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