Niterói, 01 de abril de 2011, UFF
Conversa com o Sol
Ei Sol, vem chegando devagar!
Deixe uma sombrinha, meus olhos ainda descansam nela
Mas pode chegar...
Pode trazer sua luz e derreter o gelo do inverno rigoroso,
Pode encostar, mas , por favor, não me queime
Eu ainda preciso de tempo. Não seja maldoso.
Eu me assentei com meu caderno e minha caneta,
Na tua luz e no teu calor eu me pus a escrever.
Com minha cabeça e meu coração ainda nesta sombreta,
Para de teu poder eu me esconder.
Mas estou aqui Solzinho.
Sentado virado para a grama e para o mar,
Pensando sozinho,
No segredo de um coração que não sabe mais o que é amar...
Que vazio é esse
Sinto-me como se eu mesmo tivesse sido em vão
Minha vida até agora não foi
Todas as coisas que fiz
Por vaidade as fiz
Todas as mentiras que me inventei
Para legitimar
Todas as tolices pelas quais tenho vivido
E estou só
Minha vida não é mais que um quarto cinza
Tenho por cortinas uma coberta
Que não cobre meu corpo
Esconde a luz
Esconde-me da luz
Por que me fiz isso?
Pra onde eu vou?
Não há saída?
Tenho mesmo que arrastar o meu corpo pela vida
No meio de paredes conformadas
Trabalhar com o que eu não gosto
Responsabilizar-me
Cansei de chorar
Suspiro e não posso mais
Dormir e esperar
Que talvez um outro
Mais forte
Dentro de mim
Venha resolver amanhã
Traga-me a alegria e a esperança
Como o sol que toca as folhas molhadas de orvalho
São lagrimas azuis
Que aguardam na madrugada fria
A chegada da Estrela da Manhã
Nasce em mim Estrela
Porque já canso de pingar minha tristeza
Porque não há quem me suporte assim
Porque suspiro e não posso mais
Tanta Falta