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Da independência dos homens

Niterói, 30 de Janeiro de 2010


Não se sabe ao certo os motivos que levaram os seres humanos a inventarem seus mitos, seus deuses, suas superstições. No entanto, sabe-se quando o homem passou a pensar em si mesmo e se questionar.

A história da filosofia dirá que no séc. 6 aC, com Tales de Mileto, o homem começou a interpretar de forma dessacralizada seus mitos cosmogônicos. Eis que se iniciou a "era dos homens crescidos", a era dos adultos, onde o indivíduo deixava de pensar como queriam que pensasse, para assumir a responsabilidade de pensar com autonomia, mesmo que isso lhe custasse muitas noites em claro.

Por mais que essa era deu lugar para as eras da manipulação intelectual, ela continua a formar seus pensadores ao longos dos anos. Sêneca foi um destes que nos anos de 63-65 aC deixou cartas, para que outros entrassem em contato com sua visão. Num desses escritos, ele escreve sobre a independência dos homens: "Até quando pediremos algo aos deuses? Não podemos ainda manter a nós próprios? Até quando encheremos de sementeiras os campos ao redor das grandes cidades?" (das preces nocivas, carta LX)

Tal é o clamor de Sêneca por liberdade. Liberdade que não é, necessariamente, ter domínio sobre o destino, sobre o oculto, e a vontade dos deuses, mas reconhecer que dos homens é o mundo dos homens, dos deuses é o mundo desconhecido. Como pois oferecer sementeiras a alguém que não se sabe o que lhe agrada?

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