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Do veneno e da morte

Niterói, 27 de Janeiro de 2010
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Poucos foram aqueles que tomaram veneno, mesmo sabendo que este mata. Foram corajosos, como Sócrates que sabendo que ia morrer pela cicuta, tomou o veneno sem hesitar. Ou desavisados, como as crianças que bebem veneno achando que era água ou bala. Fato é, veneno mata, se não extraído do corpo a tempo.
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Hoje, todos sabem que veneno criado pelo homem, ou de animais, é destrutivo. Contudo, antes que alguém obtivesse esse conhecimento, algum indivíduo movido pela curiosidade, inocência, ou em nome da ciência manipulou determinado tipo de veneno.
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Usando-me do escrito acima, faço analogias comigo. Pois, ao olhar todo o caminho que percorri e percorro rumo ao desconhecido e incerto, percebo que com razão me aconselharam a não ser tão independente, nem a buscar tão fundo, muito menos questionar com tamanho afinco. Por essas, dizem que tomo aos poucos pequenas doses de veneno, que por fim, me conduzirão à morte.
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Não que isso seja mentira, mas não condiz com a verdade. Afinal, esqueceram de observar que só se produz antídotos, se manipular veneno. Percorrendo caminhos solitários e remotos é que posso encontrar uma nova saída. Bebendo o veneno cicuta é que posso morrer e descobrir o que existe além daqui.
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Podem acusar-me de irresponsabilidade ao beber o cálice do veneno do conhecimento e dos mistérios, mas não poderão dizer que não fui um homem livre. Em face da morte, encontrarei-me justificado diante de mim, dos homens, e dos deuses.

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