Niterói, 27 de Janeiro de 2010
Mahatma Gandhi disse certa vez: "Na verdade, há tanta religiões quanto forem os indivíduos". Nesse mundo onde existem quase 7 bilhões de seres humanos, não é de se espantar que exista tantos religiões, o que consequentemente traz a existência milhões de deuses. Cada cultura, em cada época construiu deus/deuses para que saciassem suas necessidades, seja ela de explicar fenômenos da natureza, seja de culpar alguém pelas tragédias, ou agradecer pela prosperidade.
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Nos deuses do Olimpo está a personalidade humana, corpo humano, relações como dos humanos; nos hebreus, está o deus que traz tudo à vida e à morte; no catolicismo, o deus que salva pela tradição; no hinduísmo, o deuses das oferendas; no budismo, o deus da meditação e iluminação; nos egípcios, os deuses da pós-morte, em todos eles, e nas demais milhares religiões, está o que o ser humano criou, e o que pensou.
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Independente de ser mais bonito que os outros, ou mais forte, ou mais cruel, ou mais divino, ou mais humano, ou mais aceito, ou mais rejeitado, todos, infelizmente, são representações humanas, já que estamos presos na incapacidade de nosso intelecto, e nos limites de nossos sentidos, dado que nunca poderemos imaginar um deus que não possua características humanas, animalescas ou da natureza.
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Diante disso, como se abandonar por inteiro à essa imagens que são reflexos de um determinado povo, de uma determinada cultura, numa determinada época? Como crer, sem um fé cega, num deus/deuses sendo que não sabemos com toda certeza qual deles é o certo, ou que pelo menos existe? Como oferecer preces adequadas à alguém que não conhecemos a fundo? Como adorar, louvar, ofertar à um deus que não se sabe se é deus ou se é caricatura.
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Fica portanto, racionalmente, estabelecido que podemos acreditar na existência de Deus, mas não credibilizar como absoluto qualquer uma dessas caricaturas.
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Como diria Rubem Alves: "Acredito em Deus, não nas caricaturas que os homens fizeram dele."