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Da persuasão I

Niterói, 17 de março de 2010


Posso afirmar praticamente que meus textos possuem dois públicos alvos. Certamente o primeiro consiste nas pessoas que, como eu, reconhecem em si algo de diferente, algo que no fundo sabe o que significa, mas que ao mesmo tempo traz confusão, algo que parece ser mais forte que si e que por mais que esconda, constantemente vem à tona; nas pessoas que para serem “bem vistas” na sociedade falsificam toda a sua existência. O segundo público é aquele que engloba todas as pessoas próximas a mim, como família, amigos e até mesmo (ex) líderes que com os quais não tive oportunidade de expor o que aqui escrevo sem que antes me censurassem, sem que antes se portem com fanatismo.

Pois bem, trata-se de textos cujo objetivo é secundarmente a persuasão, porém, primeiramente de expor uma verdade que até então permaneceu em oculto. À estas verdades muitos, senão a maioria, se portam totalmente austeros e contra, como se o que eu fosse dizer iniciasse um processo que traria ruína à seus sistemas. Ao passo que por outro lado vejo à cada dia novas pessoas expondo à mim suas lutas, que se assemelham às minhas, usando como inspiração estas linhas.

Talvez alguém posso questionar a minha dignidade ao me servir de exemplo à outros, afirmando que por um lado eu possuo êxito nessa campanha, por outro lado, destruo as famílias e as amizades. Eventualmente, hei de confessar, que essas relações são de fato abaladas quando alguém se assume quem realmente é, contudo, esta não é a intenção. O que pretendo é contar minha própria história e deixar que ela por si só exponha a verdade à outros, consolando-os ou irritando-os.

Considero bem sucedida minha postura ao ver pessoas, mesmo que não publicamente, se assumindo, libertando-se dos antigos vícios que lhes foram impostos, seja pela família, pela sociedade ou pela religião. O sucesso de minha persuasão, de que ninguém pode reclamar pois da mesma forma assim procedem, atinge sua completude quando além de se assumirem, passam a batalhar por si mesmas.

Quanto aos méritos, creio que não podem ser direcionados à mim ou à minha “influência”, mas à pura vontade e coragem daquele que como eu não suportou mais a esquizofrenia de ser alguém e viver como se fosse totalmente oposto.

2 Comments:

  1. Cristianismo Livre said...
    Caro amigo,
    Como talvez diria um teólogo da libertação: sofres com os poucos, com a minoria oprimida.
    Saiba que estamos aqui, se precisar. Suas palavras são fortes, porém, vejo verdade nelas. Penso que o mais importante é ser você mesmo e " quem segue melhor rumo... segredinho!!!
    Abraços fortes!

    Jonathan

    Ps. Vê se aparece seu canalha!!!!
    Alan B. Buchard said...
    Se um dia eu pedi amigos mais leais, encontrei em ti amigo Jonathan e também no querido Thiago! Se foi nossa comum disposição em procurar respostas que talvez nem existam, ou se foi pura disposição do coração, ou as duas coisas, que nos uniram nessa campanha, eu não sei afirmar com toda certeza!

    Obrigado pelas palavras consoladoras...

    E acrescento: Talvez agora entenda minha misteriosa aproximação com a teologia da libertação...

    Aparecerei... me esperem!

    Abraços enormes

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