UFF, 27 de setembro de 2010
Este texto, por mais que postado em outubro, corresponde a um momento vivido por mim em setembro. Tal momento surgiu a partir de conversas entre os filosofantes da UFF. No entanto, ele só a mim corresponde. Se outros assim se sente, já não saberia afirmar...
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Há quem goste de final feliz... Eu, gosto da tragédia. Não que um “feliz para sempre” no final do filme não me alegre, mas o estranho, o incomum, o subversivo, o fim, torna-me reflexivo. A vida feliz é o que há de mais sublime e ideal, porém eu, em muitos momentos prefiro a tragicidade.
Pode ser que almejo o que me falta, assim como um faminto deseja a comida ou como um guerreiro que deseja a paz. Talvez essa falta torne a vida mais intensa, pouco racional. Talvez essa intensidade descortine diante de meus olhos a essência da vida, ou esse pouco racional flagele meu coração. O que sei é que gosto da tragédia: torna-me reflexivo; e essa refletividade alimenta minha existência.
Já cheguei achar que “happy end” é para os fracos, no entanto, hoje vejo que é para os mestres da simplicidade. Nós, complexos, somos apaixonados pela tragédia. Nós que ainda vivemos em duras penas no caminho do existir nos deparamos com a tragédia. E quando a vemos, choramos, lamentamos, vivenciamos, nos tornamos a própria tragédia. Com o passar do tempo deixamos parte da tragédia para trás, o que nos torna triste em alguns momentos e felizes noutros.
Mas a realidade é que sou trágico. Conflitante. Indeciso. Irracional. Bicho. Sou aquilo que amam e aquilo que odeiam. Sou extremos. Não sou o final feliz.