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Do Astro rei

Cachoeiro de Itapemirim, 09 de outubro de 2010


Ó Sol, vais morrendo, e eu não quero sair daqui. Quero que você pare no tempo e não roube de mim esse final de tarde. Quero contemplá-lo eternamente. Quero que esta imagem, do dia que vai morrendo, continue me mostrando o sentido de todas as coisas.

Não quero que a escuridão chegue; a terrível escuridão da noite. Nem quero a claridade cegante da manhã; quero esses preciosos segundos, quando tu Sol, beijas a terra, sua amante.

Que os pássaros voem eternamente em direção aos seus lares, e que o balé de seus corpos não se apague de minha mente. Que as nuvens continuem passando pelo céu, mas que não me separem de ti, meu querido Sol. Que elas não o escondam, porque seu calor já não queima minha pele, e o seu brilho não ofusca meus olhos.

Não quero que Tu morras, quero sua companhia. Quente companhia! À noite o riso é estridente e as conversas, sussurradas. À noite o sábio se torna louco, e o louco há muito já se diz sábio. À noite os passos são rápidos e a paixão apressada. À noite a claridade da penumbra não é encantadora e o breu enche os corações de medo.

Não morra Sol! Sem o brilho de seus olhos a iluminar a Terra, as pessoas perdem seu encanto e os contornos, sua beleza. Não morra... Mas o vento já sopra gelado anunciando que seu fôlego está no fim. As nuvens, cada vez mais escuras, me mostram que este meu presente que lhe entrego não foi suficiente para impedir sua morte.


Ó Sol, querido Sol, estou com frio! Já não sinto mais seu calor acolhedor em minha pele! Ó Sol, também estou morrendo! Ó Sol, te espero ansiosamente para renascermos juntos pela manhã...

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