Niterói, 24 de outubro de 2010
“Com dor no peito movimento minha pena, na esperança de que nessa dança minha alma descanse.”
Tento expurgar de dentro de mim esse flagelo que tanto me açoita. Tento retirar o peso de minha alma e a contradição de meus pensamentos. Tento me livrar de mim mesmo, e é em mim que sempre retorno. Por que há de ser tão difícil?
Meus olhos ontem, na confusão de meu ser, não cessaram de chorar, e em lágrimas banhei a dor de ser quem eu sou. Ainda assim vou tentando, vou escrevendo, na esperança que de mim mesmo eu me entenda. Será que possível?
Com dores no peito constantes, caminho. Com olhos semi cerrados, pés vacilantes, mãos fracas, coração agonizante. É muito duro ser quem sou, e por isso me dói o peito. Como fazer para que tudo isso passe?
O desespero toma conta de mim! Parece que não vou conseguir. Seria melhor assim?
Choro. Não cesso de chorar. A chaga está muito aberta e é profunda. O que fazer para cicatrizar?
Esse sou eu. Perguntando a mim mesmo sobre mim para tentar aliviar-me. Para meu pranto espantar. Para meu pensamento expurgar. Para minha dor aliviar. “Por que há de ser tão difícil?”, “Será que é possível?”, “Seria melhor assim?”, “O que fazer para cicatrizar?”.
O que vai ser de mim?
Quem serei eu assim?
Eu?