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Sombrio




Eu não consigo entender o porquê, de onde, e para que, de os dias simplesmente se tornarem sombrios. E talvez, nunca venha compreender.

O que permanece é o mistério dessa sensação que faz todo o meu ser silenciar. Pode ser que acontecimentos marcantes se aproximam - como uma intuição -, ou ser uma responsta à algo que me foi dito, quem sabe, uma dúvida que percorre minha existência.

Disso também não tenho certeza. A sombriedade ainda me causa dores de cabeça e de existenciais.
Medo. Muitas vezes este é o meu companheiro. Medo porque essa nuvem de silêncio sempre me acompanhou, e me assombrar pensar que talvez possa não me abandonar.

Questionam-me o porquê de meu olhar se perder e meu sorriso se ausentar. Eu simplesmente não sei responder a essa pergunta.

Chego a pensar que essa sensação - muito das vezes pertinente - seja fruto do conhecimento que me foi apresentado e do qual me tornei eterno procurador das respostas. Se a causa for esta, devo me lamentar pela crueldade que fizeram comigo ao abrirem meus olhos, e me martirizar por ter ido mais a fundo naquilo que talvez seja indecifrável.

PS: Eis o paradoxo: Saber e destruir; não saber e se auto-destruir.

PS: Continua tudo sombrio.

Seja assim o infindável

Talvez, a maioria das certezas que tenho um dia desaguem no mar das dúvidas. E muito provavelmente, meus maiores questionamentos permanecerão em mistério até o fim de minha vida. Restando-me a busca interminável do indecifrável.

Mártir

Segue a estória:

"O ano não se sabe mais, por ter se passado há muito tempo atrás. Sabe-se que era a época dos castelos fortificados, dos nobres cavaleiros, e das guerras corpo a corpo.

Era uma Catedral. No centro da cidade. Gárgulas a protegiam e as orações dos sacerdotes mantinham afastado os maus espíritos. Abóbadas embelezavam o teto do santuário, e altas torres faziam vigias nas laterais. Ela se erguia imponente. Todos que por ela passavam mantinham suas cabeças curvadas em sinal de respeito e temor.

O alto clero estava reunido. Crucifixos de ouro, anéis de pedras preciosas, trajes em púrpura. Sorrisos sombrios, olhos compenetrados, corações altivos. O momento era extremamente delicado, exigindo a presença do Pontificiado.

Um réu. Sentado diante do inquisitor. Olhos fitando o nada. Mãos pouco suadas. Coração disrritmado. Uma espera mortal. A respiração se interrompe enquanto a sentença não é lida em voz alta.

Com o documento na mão, o inquisitor do Santo Ofício lê a sentença em voz alta: O réu está condenado à fogueira, e a morte eterna por zombar da Santa Igreja e blasfemar contra o Santo Espírito, pecado dos quais não há perdão. E que através desse ato público, todos tenham conssentimento da sériedade de ser feliz sem cumprir com as ordenças dos santos de Deus, de ser livre sem que o clero liberte, de pensar sem que Sua Santidade, o Papa, dê a devida permissão, e de amar fora dos preceitos da tradição. Todos estes pecados são abomináveis a Deus, portanto, todos que assim procederem receberão a mesma condenação.

Com os olhos fitos no nada, cabeça um pouco pendida, o réu sai carregado pelos cavaleiros da presença dos Santos, preparado para seu destino, sabendo que uma hora haveria de encarar seu final.

E foi assim, o fogo consumia o réu, e de sua fumaça saía a mensagem de que não se podia ser feliz e ao mesmo tempo, ser a felicidade contrária ao santo dogma. Mas talvez, quem estava presente na execução nunca tenha entendido assim."

A tal da convivência

Dizem que na convivência, especificamente no casamento, é que os amantes de fato se conhecem. Nessa jogo de retirada de máscaras, muitos simplesmente viraram as costas dizendo: "não foi com essa pessoa que eu me apaixonei". Outros, acabam permanecendo juntos, contudo, vivendo como se um não fizesse parte do outro.
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As máscaras caem e os temperamentos são revelados, interior é exposto. E por mais belo que possa ter parecido por fora, por dentro mora um monstro. Todos nós temos esses monstro, e infelizmente o meu tem se mostrado atualmente para a pessoa que eu mais amo nessa terra.
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Rudez, incompreensão, palavras ásperas, falta de perdão. Nisso tudo, tenho cavado minha própria cova, e o que posso vir a perder com isso é anos-luz pior do que se eu me esforçar em resolver a situação mudando meus hábitos.
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Por isso, pode parecer exagero, mas venho através desse post pedir PERDÃO ao meu amado. Coloco aqui não para que venham e sigam o exemplo, mas porque você sabe meu amor, eu sou melhor com a escrita. Desculpe por vir sendo essa "ogro" nos últimos dias, mas a partir de agora farei o meu melhor para que a delicadeza e beleza possam voltar a fazer parte de nosso esplêndido relacionamento. Afinal, tudo o que mais tenho de precioso está em você, e contigo quero permanecer até que a morte nos una novamente!
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Em tudo e para sempre, reafirmo, Eu AMO Você... YaMTF
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PS: Essa tal de convivência é assim! ^^

Quem as pessoas são?

"No caminho de volta tive um pensamento sobre como as coisas que agente não sabe a respeito de uma pessoa são as coisas que a fazem humana e fiquei triste em pensar isso..." (Nomi - Uma bondade complicada)
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Talvez aí também resida a minha tristeza. Amargura em não saber o que de fato torna uma pessoa em quem realmente ela é.
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Interessante é observar que a escritora canadense Miriam Toews também se apercebeu dessa condição em certo momento de sua vida. Condição que me leva a enxergar o outro não como outro, mas como uma extensão de mim.
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Parece ser coincidência, ou uma ironia da vida, mas nessa mesma semana meu querido Raither já havia críticado dizendo que para mim, todos devem pensar como eu. E diga-se de passagem, não foi algo fácil de se ouvir, já que digo ser a favor do subjetivismo, ou seja, que cada pessoa pense e visualize o mundo de sua própria forma, sem que seja discriminada ou taxada de louca.
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À base de umas reflexões e broncas, ainda sim é complicado para mim visualizar as várias pessoas tais como elas são, pois, por muitas vezes, são por mim reduzidas a serem o que fazem, o que dizem, ou o que deixam transparecer.
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Contudo, reduzindo-as dessa forma, cometo assassinatos, uma vez que todos se tornaram uma versão boa ou ruim de mim - dependendo se o que é feito é compatível com minhas práticas. Perco dessa forma e de uma só vez, todas as pessoas que um dia poderiam acrescentar belezas e surpresas à minha existência. Para logo em seguinda me tornar um solitário completo. E quem sabe, morrer desgostoso por tal HOLOCAUSTO?

Que assim eu consiga

Que eu vença o maior desafio: Fazer de cada dia um dia diferente dos demais outros. Fazer as mesmas coisas do dia passado, mas percebe-las de uma nova forma. Perceber a beleza que deixei de enxergar ontem. Que eu consiga amar ao meu amor, e a tudo em mais a volta, como se de fato, este fosse o último dia. Talvez assim, as cores da vida possam se intensifica no meu ser!
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Simplicidade e beleza a todos...

Amor, o Subversivo

Pode ser que esta palavra, subversivo, não seja comum no vocabulário de muitos, por isso, me permitam explica-la.
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Ser subversivo é se fora do padrão, ser diferente daquilo que é estabelecido, é um transtorno, é revolta, principalmente no sentido moral.
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Muitos foram os subversivos que passaram por essas bandas, e em geral, o seu protesto era contra a força opressora de seu tempo. Quem nunca ouviu dizer de John Lennon e sua voz profética melodiada na música "Imagine"? Temos também o pastor negro do sul dos EUA, Luther King... Ele sim era um sonhador. Não podemos esquecer do senhorzinho de óculos redondos, formado em direito, conhecido como Mahatma Gandhi, que libertou seu povo do tirano inglês. Por que não Dalai Lama em sua luta pela paz em Taiwan, ou Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano, no seu conflito contra a religião oficial da Alemanha, o Cristianismo Nazista?
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Todos eram subversivos. Todos estavam a frente de seus compatriotas e pagaram alto preço pela sua subversidade. Contudo, o maior dos subversivos é o AMOR. E quem mais para ilustrar o amor do que Jesus, o Carpinteiro de nazaré?
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Este era subversivo, e o amor que pregava também era revoltante. O amor está fora de nossos padrões há milhares de anos. Amor de ser humano para ser humano, independente de sexo ou etnia, ser humano para com a natureza, ser humano para com os animais, para com os povos, para com o conhecimento... Todos estes são subversivos.
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O amor incomoda, não importa a maneira que ele se manifeste. O amor destrói a sociedade, coloca abaixo a religião, desmistifica os discursos, ridiculariza a política. O amor rompe o próprio homem, este ser que ama. O amor parace ser totalmente contrário à humanidade, quando ela é a única que pode torná-lo praticável.
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Subversido, de todos, o amor é o mais destruidor da ordem, o mais revoltante. Ou o amor derruba toda a sociedade baseada em números e lucros, destruindo as religiões - sejam elas quais forem -, e matando todos os deuses, ou nunca conseguiremos dar as mãos e sermos um único povo, do qual nunca deixamos de ser, por mais que assim parecesse.
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Utopia! Porém, os poetas sempre viveram disso.

Carpe Diem

Que vida é passageira, fumaça que logo se dissipa, isso não é novidade para ninguém. Contudo, quando a morte, essa terrível assombração dos homens, leva aqueles que nos são queridos, esse breviedade da vida se torna alvo de reflexões.
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Ontem me deparei com a morte de uma companheira de infância de certa amiga minha, e tudo o que minha amiga sabia me dizer era: precisamos viver a vida, porque quando menos esperamos, somos convocados para o além.
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Nessas horas tudo vem a tona. Pensamentos, atitudes, relacionamentos e tudo mais que faz parte da vida de um ser humano diariamente. O problema está em que quanto tudo rui, nós só conseguimos pensar no que poderíamos ter feito antes de nos despedirmos.
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Seguindo o conselho do sábio de Eclesiaste: Como meu pão, bebo meu vinho, e vivo com a pessoa amada de minha mocidade. Faço isso, antes de minha hora chegar. Pois, quando enfim vier, de nada me arrependerei.
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Vida abundante a todos...
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PS: Amigo Kierkegaard, que dorme belo e profundo sono, é difícil escrever uma linha cada dia, mas estou me esforçando. Abraços.

O destruidor

Enquanto a inspiração não vem, e as palavras não permitem que eu as encontre, meus simples versos. Prosa carregada de intenso e profundo amor; de comicidade e deboche; de mundaças e transformações: Um dia hei de entender que o AMOR é o maior atentado contra a ordem estabelecida de nossos dias. E quando compreender, devo me libertar, finalmente...

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