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Da ausência

Rio de Janeiro, 08 de maio de 2010


Overdose, não mata. Por mais que eu queira que essa saudade morra! Sim, te vejo todos os dias, quase durante todo ele. Seu andar eu não me esqueço, suas gírias eu sei de cor, seus hábitos eu prevejo. Tenho uma overdose de você todos os dias, mas se me afasto durante um dia, um ínfimo e único dia sequer, a abstinência me arrebata, essa que a overdose não matou.

Bem que queria morrer de tanto te ver, mas essa overdose, em mim, não faz efeito. Ela só aumenta minha necessidade de você! E quando você na está do meu lado, sinto-me desfalecer. Uma morte longa, lenta, silenciosa, terrível. Vou morrendo de saudade, sentindo a pior das dores, a dor da ausência.

Sim, nós brigamos. Com freqüência nos desentendemos, ficamos nervosos, em silêncio. Mas não é esse silêncio que me mata, e sim o silêncio de sua voz, quando não está do meu lado! Eu consigo perdoar. Perdôo todas as discussões, perdôo as palavras ásperas, perdôo o choro, mas não consigo perdoar a saudade que tenho de ti, saudade esta que espreme o coração.

Por que a overdose que tenho de você não me deixa em coma, para que eu só acorde quando você voltar a estar do meu lado? Por que ela não me faz enjoar de você, assim, quando não estivesse do meu lado, a dor não seria tão doída?! Por que essa overdose não barra as lágrimas antes delas saírem de meus olhos?

A única coisa que desejaria agora, quando estou longe de você, é que todos os milhares de segundos vividos contigo afogassem essa tristeza que me encarcera. Mas não, eles só me massacram ainda mais, desejosos de sua presença.

És químico. Porventura não podias inventar uma droga que amenizasse minha dor? Ou quem sabe uma droga que me faça desmaiar e só acordar quando me beijasse novamente? Se és químico, por favor, equilibre meu coração, pois neste, está faltando uma parte essencial. Falta-lhe o núcleo do átomo que é meu coração...

Por mais que te veja, sinta teu cheiro, ouça sua doce voz, toque teu corpo, saboreie teu gosto, de ti não me enjôo. Essa overdose não me mata! Tornei-me resistente a ela, e por isso sofro tanto sua ausência. Sofro porque uma parte de mim não está mais comigo, está em suas mãos. E suas mãos não estão perto de mim. Nelas não consigo encostar nelas. Sofro porque essa overdose me deixa vivo, e quando estou vivo, só quero uma coisa: estar do teu lado!!!

3 Comments:

  1. O Culpado! said...
    sorridente e comovido fico ao saber que sou eu o culpado de tudo isso :D

    passei uns bucados de falta de vc também, nem vou dizer que parece, pois tenho certeza que quando vc nao está tao perto geograficamente meu coraçao fica pela metade, por isso bate mais rapido e mais duido p tentar sustentar-me. A quimica, minha segunda companheira é inigualável a vc, acho q nem devo chama-la de companheira, pois nem aos seus pés chega... mas se um dia eu achar o remédio da saudade, seremos as cobaias! Talvez esta cura seja o teletransporte, assim nunca estaremos longe geograficamente.

    Contudo... entretanto... todavia... a saudade existe e nos sufoca...mas como bom positivista: vejamos pelo lado bom meu belo passaro... olhe suas penas, suas histórias, o brilho no olhar no reencontro, tudo parece como da primeira vez, os cheiros por mais que nao os esqueça quando os sinto com mais intensidade chego a ofegar! Saudade é adrenalina.

    te amo meu principe encantado
    nao quero vc longe, mas quero por todo tempo sentir saudade sua, para no reencontro te amar como da primeira vez S2

    por todo sempre, seu marido: Raither
    Anônimo said...
    Alan, onde será que foi parar sua Bíblia? Foi pra alguma lata de lixo?
    Alan B. Buchard said...
    Resolvi fazer uma doação e mandei para o hospício mais próximo de mim: sua casa! Faça bom uso Fester Adams...

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