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Niterói, 26 de outubro de 2010

OBS: Esse texto foi escrito por volta da meia-noite e não possui nenhuma pretensão de ser coerente! Apenas buscava uma experiência mística! O que sentia ou pensava, escrevia...

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Cerveja gelada, fim de dia, chuva, pessoas dormindo, penumbra, eu escrevendo. O que acontece a partir daí?

Bebo mais um gole... o gosto é meio amargo.

Outro gole... meus braços doem! É a malhação...

Continuo esperando...

O que vai acontecer?

Barulho de gotas caindo ao chão! Céu alaranjado...

Arroto! O que significa isso? Gases? Não... acho que meu estômago quer me dizer algo de moralizante, mas estou sem paciência para ouvir...
Dois goles! Copo vazio...

E aí? Alguma coisa?

Ainda não...

Peraí, acho que senti uma leve tonteira... Será que ela aumenta?
Encho o copo...

Antártica para quem curte Merchandising!

Ainda nada... Só gotas! Nem roncos ouço para me tirarem da monotonia...

Novo gole! Cerveja é ruim... Por que será que bebo? Foda-se...

Movimento o pescoço! Por que não consigo mais estalá-lo? Quando era criança fazia direto...

Mais um gole! Mística... Cadê a mística? Cadê o novo mundo se descortinando diante de meus olhos?

Nada... Apenas trovoadas!

“O que a gente precisa é tomar um banho de chuva, um banho de chuvaaa / ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai (2x)”...

Vanessa da Mata... Meu namorado ouvia isso mais cedo...

Foi ela que chamou a chuva?

Ah, esquece! Complicado demais...

Tô com a boca seca...

Gole!

Mais um e esvazio o segundo copo...

Ta prestes a acabar! É apenas uma latinha azul de 350 ml...

Pera! Estou mais tonto...

Mais ainda assim... nada... só tontura!

E gente dormindo... e chuva... e penumbra.

A única luz é a da cozinha! Tá um horror lá...

Louças sujas... Eca!

Me mande varrer e passar pano.. menos lavar louça!

Me molhei... boca furada como dizia meu pai!

Uffa... lá se foi o segundo copo!!!

Engraçado... to sentado na sala, com roupas molhadas pela chuva ao meu lado, apoiando meu copo de cerveja em cima de um livro que Pierre me deu...

Que falta de consideração!

Será que lerão estas minhas frases com a lerdeza de que as escrevi?

Ultimas chances mística... A bebida está acabando!

Estalei!!! Finalmente estalei o pescoço...

É... nada de mais! Pifff

O copo onde está a cerveja é de vaquinha! Era copo de requeijão!

Os que ganhei consegui quebrar...

E falando nisso... ontem foi bizarro! Sem motivos aparentes um prato dentro da pia de louça explodiu do nada!!!

Eu e Reiti ficamos com o coração acelerado na hora!

Quando vimos que não era nada, fui falar do ocorrido com um amigo meu na net, o Cézar...

Eu ainda estava tremendo!

Tenho medo de espíritos, não de homens...

Sou místico ou ateu?

Penúltimo gole!

As divindades brincaram conosco ontem?

Reiti acha que foi GAIA! Pierre a POMBA-GIRA...

Eu acho que foram todas elas!

Por favor, ninguém tem mais nenhuma deusa para dar palpite não?

E por favor, deusas, sexo feminino! Homem que entra aqui em casa é só gay, e pra putaria ainda...

HUAUHAHUAHUUHA

Não tem graça!!! Meus pais ficarão horrorizados...

Perdoem-me... É o álcool!

Vazio... Não encherá mais!

A cerveja acabou...

Cadê a mística?

Merda! Da próxima vez uso algo mais forte...

Desculpem-me a perda de tempo que lhes causei!

Fui...

Sou GAY!

_|_

Perguntas

Niterói, 24 de outubro de 2010

Pergunto-me por que a tristeza nos torna poetas; o luto, sábios; a tragédia, demasiados humanos; o choro alheio, compreensivos; a dor própria, compassivos?!

Por que na alegria está a leviandade, a imprudência, a impulsão, a desmedida, o excesso, o prazer e tudo mais que é tão pueril?

Por que não haveria de ser o contrário? Na alegria tornássemos sábios e na tristeza tornássemos loucos? Por que o riso não nos ensina mais que o choro? Por que o sábio é sempre asceta e o escritor sempre fora da Terra?

Por que a filosofia não combina com simplicidade e conhecimento com prazer? Por que para haver paz deve haver guerra e para haver construção deve haver desconstrução? Por que na paixão “tudo é tão lindo” e no amor a dor é companheira?

Por que água e óleo não se misturam?

Devir

Niterói, 24 de outubro de 2010

Em mim há tanto devir que minha vontade é de sumir!

Com o passar do tempo vou percebendo que ser humano é sofrimento. Tem lá seus momentos de contentamento, mas muito mais são os de lamento.

“Tristeza não tem fim / Felicidade sim.”

Eis o que percebo. Eis o que me torna pessimista. Eis do que tanto tento me curar. Eis porque escrevo.

Contemplei mais uma vez o abismo de minha existência, e a escuridão do ser me deixou assim, sem saber o que viver. É estranha essa impotência, ela transfigura a aparência e martiriza a existência.

Sofrimento! Serás tu que tornas o homem, homem, já que os animais de ti se escondem? E será tu, sofrimento necessário ao homem que não quer viver ao relento?

Tudo isso são só lamentos! Quando será o fim do meu lamento?

Devir, mudança, contradição, esquizofrenia, dúvida, incerteza, tormento, lamentação, pessimismo, tristeza, desespero, insegurança, baixa auto-estima, loucura, doença, euu!

Desabafo

Niterói, 24 de outubro de 2010

Com dor no peito movimento minha pena, na esperança de que nessa dança minha alma descanse.”

Tento expurgar de dentro de mim esse flagelo que tanto me açoita. Tento retirar o peso de minha alma e a contradição de meus pensamentos. Tento me livrar de mim mesmo, e é em mim que sempre retorno. Por que há de ser tão difícil?

Meus olhos ontem, na confusão de meu ser, não cessaram de chorar, e em lágrimas banhei a dor de ser quem eu sou. Ainda assim vou tentando, vou escrevendo, na esperança que de mim mesmo eu me entenda. Será que possível?

Com dores no peito constantes, caminho. Com olhos semi cerrados, pés vacilantes, mãos fracas, coração agonizante. É muito duro ser quem sou, e por isso me dói o peito. Como fazer para que tudo isso passe?

O desespero toma conta de mim! Parece que não vou conseguir. Seria melhor assim?

Choro. Não cesso de chorar. A chaga está muito aberta e é profunda. O que fazer para cicatrizar?
Esse sou eu. Perguntando a mim mesmo sobre mim para tentar aliviar-me. Para meu pranto espantar. Para meu pensamento expurgar. Para minha dor aliviar. “Por que há de ser tão difícil?”, “Será que é possível?”, “Seria melhor assim?”, “O que fazer para cicatrizar?”.

O que vai ser de mim?

Quem serei eu assim?

Eu?

Da tragédia

UFF, 27 de setembro de 2010

Este texto, por mais que postado em outubro, corresponde a um momento vivido por mim em setembro. Tal momento surgiu a partir de conversas entre os filosofantes da UFF. No entanto, ele só a mim corresponde. Se outros assim se sente, já não saberia afirmar...

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Há quem goste de final feliz... Eu, gosto da tragédia. Não que um “feliz para sempre” no final do filme não me alegre, mas o estranho, o incomum, o subversivo, o fim, torna-me reflexivo. A vida feliz é o que há de mais sublime e ideal, porém eu, em muitos momentos prefiro a tragicidade.

Pode ser que almejo o que me falta, assim como um faminto deseja a comida ou como um guerreiro que deseja a paz. Talvez essa falta torne a vida mais intensa, pouco racional. Talvez essa intensidade descortine diante de meus olhos a essência da vida, ou esse pouco racional flagele meu coração. O que sei é que gosto da tragédia: torna-me reflexivo; e essa refletividade alimenta minha existência.

Já cheguei achar que “happy end” é para os fracos, no entanto, hoje vejo que é para os mestres da simplicidade. Nós, complexos, somos apaixonados pela tragédia. Nós que ainda vivemos em duras penas no caminho do existir nos deparamos com a tragédia. E quando a vemos, choramos, lamentamos, vivenciamos, nos tornamos a própria tragédia. Com o passar do tempo deixamos parte da tragédia para trás, o que nos torna triste em alguns momentos e felizes noutros.

Mas a realidade é que sou trágico. Conflitante. Indeciso. Irracional. Bicho. Sou aquilo que amam e aquilo que odeiam. Sou extremos. Não sou o final feliz.

"Eu queria ter amado assim..."

UFF, 21 de outubro de 2010

(Onde sentei-me e escrevi... Porque isso me exauri tanto?

Eu queria de ter amado assim...

Às vezes me esqueço de que minha própria história testemunha em favor de mim mesmo e daquilo que vivo. Se me esqueço é porque de mim mesmo me esqueci. Estando eu esquecido, coube a uma pessoa por mim querida, despertar-me.

Eis o que posso ver: uma pessoa que os muitos dias foram distraindo a atenção; uma pessoa em que o excepcional tornou-se corriqueiro; uma pessoa onde o impulso tornou-se inércia; um ser humano que de incêndio tornou-se fogueira; e onde o amor tornou-se simples rotina.

Eu queria de ter amado assim...”, bastou para que eu mergulhasse novamente nesse mistério que é a loucura de amar. Uma única expressão, fruto de um coração admirado e nostálgico, dita com brilho nos olhos, foi capaz de me envergonhar. E da vergonha, me trazer de volta a esse intenso devir que é o estar amando.

Ponho-me a refletir e a relembrar: minha própria história está em favor de meu amor. Não que isso significasse uma dependência com o passado, que não deve ser quebrada, antes, consiste numa fonte de inspiração para quanto o poeta não tiver sobre o que mais escrever, e para o amante quando se esquecer de porque ama.

Daquilo que havia em mim havia me esquecido. E agora lembrando, afundo-me em nostalgia pelo tempo do esquecimento. Mas ainda assim, sinto-me retornando ao caminho disso que é totalmente incompreendido pelo homem, o amor. E por mais que os ombros estejam encolhidos e os olhos postos ao chão pela tristeza, sinto o coração renovando-se, e sei que em breve voltará a pulsar nos ritmos da dança epifânica que é o amor.

Minha amiga, esta que me despertou do sono do esquecimento, uma vez afirmou que uma única frase dita por mim em resposta a uma de suas perguntas, trouxe a ela uma nova forma de compreender alguns mistérios deste mundo. Mal sabia ela que meses depois seria eu quem despertaria a partir de uma de suas frases.

Minhas sinceras homenagens a você M. E. P.

Do lugar místico

Cachoeiro de Itapemirim, 09 de Outubro de 2010

(Stonehenge - Mystic Place)

Alguns lugares nos tornam místicos. Até o mais ateu reconhecerá que existem lugares que despertam nossa sensibilidade para algo que nos foge da razão. Eu tenho o meu. Não é qualquer lugar, é o meu lugar. Meu refúgio de mística e espanto.

Este lugar me conhece bem! Ele lugar com a vista para a cidade já assistiu as maiores crises que um jovem pode ter. Com sua vista privilegiada, com as árvores aos seus pés, com os pássaros acima de sua cabeça, com as nuvens dançantes no mais longe donde a vista pode alcançar meu lugar já me abrigou durante muitas tempestades. Durante dias revoltos e noites confusas, me abriguei no meu mirante.

Neste lugar já me senti perto de Deus e longe dos pecados. Este lugar que depois de muito tempo retorno, já me fez sentir o ser mais insignificante do planeta; e também me fez sentir o homem mais feliz do mundo. Neste lugar chorei as chagas da infelicidade familiar. Neste lugar me fechei na solidão de uma pessoa que não é compreendida. Neste lugar me senti esperançoso. Neste lugar me desesperei. Neste lugar quis morrer. Neste lugar quis viver.

Sim, este lugar me é místico.

Por uns momentos, neste lugar, sinto que as coisas fazem sentido, e que não são tão caóticas quanto parecem. Por uns momentos não preciso mais de ninguém. Por uns momentos contemplo o canto do universo que ecoa ao meu redor. Por uns momentos, estar completamente sozinho é bom. Por alguns instantes rio de algo sem sentido. Por ínfimo que seja, por uns momentos descanso em mim mesmo.

Neste momento em que o Sol morre, o vento é brisa gélida e as gaivotas voam em retorno aos seus lares, posso morrer que tudo terá feito sentido. Posso morrer em mística.

Do Astro rei

Cachoeiro de Itapemirim, 09 de outubro de 2010


Ó Sol, vais morrendo, e eu não quero sair daqui. Quero que você pare no tempo e não roube de mim esse final de tarde. Quero contemplá-lo eternamente. Quero que esta imagem, do dia que vai morrendo, continue me mostrando o sentido de todas as coisas.

Não quero que a escuridão chegue; a terrível escuridão da noite. Nem quero a claridade cegante da manhã; quero esses preciosos segundos, quando tu Sol, beijas a terra, sua amante.

Que os pássaros voem eternamente em direção aos seus lares, e que o balé de seus corpos não se apague de minha mente. Que as nuvens continuem passando pelo céu, mas que não me separem de ti, meu querido Sol. Que elas não o escondam, porque seu calor já não queima minha pele, e o seu brilho não ofusca meus olhos.

Não quero que Tu morras, quero sua companhia. Quente companhia! À noite o riso é estridente e as conversas, sussurradas. À noite o sábio se torna louco, e o louco há muito já se diz sábio. À noite os passos são rápidos e a paixão apressada. À noite a claridade da penumbra não é encantadora e o breu enche os corações de medo.

Não morra Sol! Sem o brilho de seus olhos a iluminar a Terra, as pessoas perdem seu encanto e os contornos, sua beleza. Não morra... Mas o vento já sopra gelado anunciando que seu fôlego está no fim. As nuvens, cada vez mais escuras, me mostram que este meu presente que lhe entrego não foi suficiente para impedir sua morte.


Ó Sol, querido Sol, estou com frio! Já não sinto mais seu calor acolhedor em minha pele! Ó Sol, também estou morrendo! Ó Sol, te espero ansiosamente para renascermos juntos pela manhã...

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