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Do que traz felicidade aos outros

Niterói, 05 de março de 2010

Eu recebo alguns emails raros! São de queridos amigos que se encontram numa situação delicada. De um lado uma preocupação nascida do amor, regada pela fé, e do outro o fato de todas suas empreitadas e orações não surtirem efeitos.
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Confesso: sei que é frustrante! Um sentimento de impotência tão grande toma conta de nós que vemos alguém de nossa estima se enveredando por caminhos que consideramos serem terríveis, e não nos dando ouvidos. Eu mesmo, já fui tomado por tal sentimento.
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Os que consideram possuir uma missão para comigo se vêem constantemente tristes por seus pedidos, orações e discursos não me persuadirem. Pelo que temo que no futuro estes possam me considerar um insensível e decidirem por fim às relações de amizade. Contudo, não me surpreenderia se assim ocorresse.
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A questão é que possuo o remédio para os sofrimentos de tão estimados amigos! Com toda a certeza, a felicidade e a tranqüilidade voltariam ao coração destes saudosos se em um momento eu me retratasse. Ora, ao ínfimo passo à reafirmação da crença que possuía, e com ela um consenso em acreditar ser errado aquilo que crêem ser errado, e certo o que consideram certo, seria o fim dos males que muitos que infringem a mim e a si. A formula da felicidade e da aceitação é voltar a ser um deles, um fervoroso cristão, seguindo letra por letra cada doutrina bíblica, coisa que nem mesmo estes fazem.
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Vejo que está em meu domínio remover todas as pedras que se encontram em meu caminho, voltando a ser considerado um exemplo e ser admirado pelas pessoas, bastando que me retrate. Se isto eu fizesse, os emails raros se extinguiriam, contudo, à qual preço? Ao preço de ter uma vida que possua o seu significado na de outros? A ser falso com quem devo ser verdadeiro acima de tudo: comigo mesmo? À preço de um possível suicídio futuro, por viver uma vida esquizofrênica de amar um rapaz e estar casado com uma garota?
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Bem, prefiro continuar recebendo os emails raros e rindo das nostalgias que a mim são dirigidas. E não fazer, nem dizer o que fará os outros felizes.

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