Blogger Template by Blogcrowds.

O ser humano como Ser complexo


Desenvolvida por Platão, filósofo grego, a visão dualista de "corpo vs alma", de "idéias inatas (a priori ) vs idéias construidas ( a posteriori )", foram derrubas a partir do conhecimento desenvolvido ao longo dos últimos 6 séculos de nosso calendário, com ênfase nos séc XVIII à XIX, que toma o ser humano como um ser complexo.

Com o fim da Idade Média e o retorno ao antropocentrismo, o saber científico e filosófico ganhou uma nova propulsão com as descobertas astro-físicas do filósofos-cientistas, Issac Newton, René Descartes, Louis Pascal, além de muitos outros pensadores como Immanuel Kant, Jean Jacques Rousseau, Voltarie, Nietszche; onde o conhecimento se tornará multifocal, ou seja, analisado de todas as óticas existente da ciência.

A partir destes séculos, o homem não será mais considerado como uma massa corpórea, com a alma dividida entre o céu e o inferno, como pretendia a visão medieval. Representação clara deste momento é o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, que representa o período do Renascimento, e a volta à Antiguidade Clássica, onde o homem era o centro de todos os estudos, ou seja, antropocentrismo.

Complexidade é a questão. nas palavras de Edgar Morin¹: " Se a noção de conhecimento diversifica-se e multiplica-se quando a consideramos, podemos legitimamente supor que comporta diversidade e multiplicidade. Desde então, o conhecimento não seria mias passível de redução a uma única noção, como informação, ou percepção, ou descrição, ou idéia, ou teoria.²". Portanto, partindo do pressuposto de que essa visão está em voga no meio científico e filosófico, qual seria o motivo do conhecimento religioso estar estagnado no obscurantismo?

É um contrassenso, pois enquanto as grandes denominações cristãs como o Catolicismo e o Protestantismo lutam pela sua modernização nos templos, nas liturgias, nos cânticos, não procuram fazer o mesmo no que tange à doutrina, ao pensamento e ao credo religioso.

Infelizmente, o saber religioso se calcificou em um determinado tempo, permanecendo em milênios, atrasado. Pode-se encontrar comunidades hoje em dia onde acredita-se que o Sol realmente parou, como descrito em Josué capítulo 10; ou acreditam que a transfusão de sangue é condenável pelo Senhor, como creêm os Testemunhas de Jeová; ou ainda que vestimentas significam proximidade com o Santo, como prega grande parte dos Pentecostais; ou que aborto é consagrar o útero feminino ao deus Moloque; ou que homoafetividade é possessão demoníaca; ou que bebida alcólica é mais prejudicial do que um hambúger com bacon banhado em gordura, como dizem os Batistas.

São estes, e existem muitos outros exemplos que demonstram que para a religião, o homem é apenas um alma destinada ao paraíso ou ao inferno. Que resulta numa noção básica que afirma "se não é de Deus, é do diabo". Onde todos os seres humanos seguirão à mesma lógica. Sendo tudo isso uma noção dualista de "pode vs não pode"; de "não fazer e herdar o paraíso e fazer e ser condenado à perdição eterna".

Não creio que se deva esquecer o quesito "fé", e deixar de se praticar a religião, contudo, esquecer essa visão bipolar, bilateral, dualista. O homem é um ser complexo e para que a religião possa um dia vir a ser mais plena, deve levar em consideração o saber observativo-experimental da ciência, e o saber especulativo-reflexivo da filosofia, pois nem tudo é respondido pela crença, seja ela qual for. Caso contrário, a religião continuará matando, condenando e excluindo muitos em função de seus ideais que não refletem nada mais do que uma cosmovisão de um determinado século, e de um determinado grupo de pessoas.

Porém, tenho lá minhas dúvida de que assistirei essa inovação que será benéfica à toda humanidade.
__________________________________________________________
Referências Bibliográficas:
.
¹-Edgar Morin: Antropólogo, Sociólogo, Filósofo. Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia.
.
²- Livro: "O conhecimento do conhecimento, método 3", p. 18.

2 Comments:

  1. Anônimo said...
    vc nunca verá mesmo, pois quando isso acontecer não terá como nome: religião... e o homem não será mais "Homo sapiens sapiens" e sim "Homo sapiens sapiens sapiens"... rsrs ;)
    Alan B. Buchard said...
    É de fato uma dúvida minha! Mas creio que eu, enquanto viver não verei, mas no futuro talvez seja possivel.
    Temos que esperar....

Post a Comment



Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial