Niterói, 20 de agosto de 2010
O que acontece é que geralmente algo de recente chama-nos mais atenção do que algo que já se encontra um pouco no passado. Eis assim o homem. Este, a todo o momento se relaciona, seja com alguém, com algo, ou consigo mesmo. E nesse relacionar humano, o recente impressiona mais do que o passado.
Observe: lançada uma nova tecnologia, a anterior se torna obsoleta – a exemplo, o DVD que substituiu o VHS; estreando um novo remake de um filme, poucos ainda preferirão a versão antiga; acontecendo uma tragédia, a que veio antes dela é esquecida – com exceção dos familiares e amigos de alguém que morre na tragédia anterior; um novo amigo, pode acabar substituindo o antigo, afinal, são novas histórias, novos gestos, novas risadas, novos programas, novos pontos de vista.
Ou seja, o mundo é Heraclídico. Tudo está em constante transformação. Uma transformação sucede a outra, criando uma espécie de ciclo. E enquanto vivemos essas transformações, o presente, o novo, sempre chama mais atenção do que esse antigo, que ainda não desapareceu, mas está lá de forma tímida.
Bem, há quem diga que “passado, só museu”! Eu gosto de museus, gosto do antigo, gosto da mente dos antigos, gosto dos costumes dos antigos. Prefiro uma carta a um email; uma conversa pessoal a um telefonema; um baile a uma boate; uma guerra de espadas a uma guerra de tiro; os valores dos antigos aos valores da high tecnologia.
O recente sempre chama mais atenção do que o antigo, mas parece que sou oposto. Como se tivesse nasci em época errada...