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TABU


O conhecimento de que vem a ser tabu está, praticamente, no saber de todos. Muitos podem enumerar diversos temas considerados tabus em nossa sociedade. Porém, é observável que a causa de determinado assim ser considerado tabu, é em si, um tabu.
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Na lista de tabu, constam os assuntos mais estranhos e incompreendidos que existem. A exemplo: no meio familiar: a pergunta feita por um filho pequeno - "de onde eu vim?"; no meio de um namoro: estar se relacionando com alguém, e ao mesmo tempo estar se relacionando com um terceiro; no meio familiar: sexo, camisinha, gravidez; no meio eclesiástico: sexualidade vs doutrina e tantos outros tabus.
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Não se sabe quando e onde surgiu o primeiro tabu, no entanto, como diria E. Morin: " O tabu é imposto pelas perversões da organização disciplinar de conhecimento. Assim, é evidente para a maioria dos especialistas que ninguém, além deles mesmos, é capaz de refletir sobre o que fazem." (O conhecimento do conhecimento, método 3, p. 34).
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Sem terem objetos argumentativos para determinado assunto, além do risco de anarquia em determinada ordem, os agentes formadores de tabus, ou se preferir, organizadores do conhecimento, passam a propagar que somente eles são aptos a tratar de certas questões complexas, pertinentes ao ser humano.
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Fruto disso é a alienação unida ao Tabu. "Tal assunto não deve ser comentado diante de determinadas pessoas", é o que afirmam. Trata-se de uma perversão; de uma subestimação da capacidade intelectual que cada indivíduo possui.
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Como consequência, esta alienação cai sobre forma de pré-conceitos, onde, árabe será sempre terrorista, negro sempre escravo, índio sempre preguiçoso, branco sempre superior, héteros eleitos de Deus, gays sempre instrumentos do diabo, católico sempre idólatra, evangélico sempre a salvação do mundo, cientista sempre ateu, filósofo sempre atoa, historiador sempre maconheiro, poeta sempre pobre, EUA sempre o único país americano, carioca sempre ladrão, Dilma Roussef é Lula na presidência, Roberto Carlos sempre preocupado com Cachoeiro, médico sempre rico, Brasil sempre um país de todos, e inúmeros outros préconceitos de mentes ignorantes, que não permitem o esclarecimento.
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Talvez, nossa única saída seja uma Revolução Mental, onde o conhecimento "não poderia constituir um domínio privilegiado para pensadores privilegiados, uma competência de experts, um luxo especulativo para filósofos, mas uma tarefa histórica para cada um e para todos. A epistemologia (estudo do conhecimento) complexa deveria instalar-se, senão nas ruas, ao menos nas mentes, mas isso exige, sem dúvida, uma revolução mental." (O conhecimento do conhecimento, método 3, p.34).
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PS: onde estão os que darão a "cara à tapa"?

Aos Leitores

Visto que têm havido alguns erros de interpretação dos que leêm meus textos na relação ao que realmente penso, consiste a razão deste post.
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A problemática da busca pelos fundamentos dos pensamentos, das verdades, dos conceitos, teve início em mim com a leitura de determinados livros religiosos como a Bíblia, de livros de filosofia de autores como Lucy Ferry, de livros poéticos de Rubem Alves, de teologia como "Teologia do séc XX" de Gibellini, e de epistemologia como os livros de Edgar Morin.
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Todas essas áreas foram alvo de meus questionamentos e estudos, permitindo-me a construção de uma nova cosmovisão (visão ampla das esferas da existência de um indivíduo), ao mesmo tempo que iniciei um processo de desconstrução de antigos conceitos, fundamentados em outros.
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Ao que vejo, meus textos tem provocado diversas reações nos leitores, o qual é bem vinda a participação de todos. Percebo ser positivo tais debates, pois levam aqueles que leêm a um revisar de suas crenças, mesmo que disto resulte o aprofundamento de certas visões.
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Pretendo que o leitor atento perceba que todos os escritos tratam de uma ótica: a minha ótica. Possuindo ela muita probabilidade de estar equivocada, sendo por isso, a minha procura em não emitir veredicto sobre algum aspecto ou outro, mas apenas esboçar situações presentes no meio eclesiástico, cotidiano, espiritual e sentimental.
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Creio, pois, ser a reflexão e o questionamento de tudo o que se vê, atitude digna de pessoas como os Bereianos (referência à igreja de Beréia no livro bíblico de Apocalipse), como os cientistas e os filósofos, considerando que TODOS podem fazer parte desse grupo de pessoas, basta ir atrás das respostas.
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O que move o mundo são as perguntas. Sendo assim, quanto mais questionamentos, mais conhecimento.
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PS: Lembro a todos que a procura do conhecimento é algo que consumirá toda a nossa vida, mas se não for assim, podemos nos considerar animais que vivem segundo o extinto, e segundo ditames de outros.

O ser humano como Ser complexo


Desenvolvida por Platão, filósofo grego, a visão dualista de "corpo vs alma", de "idéias inatas (a priori ) vs idéias construidas ( a posteriori )", foram derrubas a partir do conhecimento desenvolvido ao longo dos últimos 6 séculos de nosso calendário, com ênfase nos séc XVIII à XIX, que toma o ser humano como um ser complexo.

Com o fim da Idade Média e o retorno ao antropocentrismo, o saber científico e filosófico ganhou uma nova propulsão com as descobertas astro-físicas do filósofos-cientistas, Issac Newton, René Descartes, Louis Pascal, além de muitos outros pensadores como Immanuel Kant, Jean Jacques Rousseau, Voltarie, Nietszche; onde o conhecimento se tornará multifocal, ou seja, analisado de todas as óticas existente da ciência.

A partir destes séculos, o homem não será mais considerado como uma massa corpórea, com a alma dividida entre o céu e o inferno, como pretendia a visão medieval. Representação clara deste momento é o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, que representa o período do Renascimento, e a volta à Antiguidade Clássica, onde o homem era o centro de todos os estudos, ou seja, antropocentrismo.

Complexidade é a questão. nas palavras de Edgar Morin¹: " Se a noção de conhecimento diversifica-se e multiplica-se quando a consideramos, podemos legitimamente supor que comporta diversidade e multiplicidade. Desde então, o conhecimento não seria mias passível de redução a uma única noção, como informação, ou percepção, ou descrição, ou idéia, ou teoria.²". Portanto, partindo do pressuposto de que essa visão está em voga no meio científico e filosófico, qual seria o motivo do conhecimento religioso estar estagnado no obscurantismo?

É um contrassenso, pois enquanto as grandes denominações cristãs como o Catolicismo e o Protestantismo lutam pela sua modernização nos templos, nas liturgias, nos cânticos, não procuram fazer o mesmo no que tange à doutrina, ao pensamento e ao credo religioso.

Infelizmente, o saber religioso se calcificou em um determinado tempo, permanecendo em milênios, atrasado. Pode-se encontrar comunidades hoje em dia onde acredita-se que o Sol realmente parou, como descrito em Josué capítulo 10; ou acreditam que a transfusão de sangue é condenável pelo Senhor, como creêm os Testemunhas de Jeová; ou ainda que vestimentas significam proximidade com o Santo, como prega grande parte dos Pentecostais; ou que aborto é consagrar o útero feminino ao deus Moloque; ou que homoafetividade é possessão demoníaca; ou que bebida alcólica é mais prejudicial do que um hambúger com bacon banhado em gordura, como dizem os Batistas.

São estes, e existem muitos outros exemplos que demonstram que para a religião, o homem é apenas um alma destinada ao paraíso ou ao inferno. Que resulta numa noção básica que afirma "se não é de Deus, é do diabo". Onde todos os seres humanos seguirão à mesma lógica. Sendo tudo isso uma noção dualista de "pode vs não pode"; de "não fazer e herdar o paraíso e fazer e ser condenado à perdição eterna".

Não creio que se deva esquecer o quesito "fé", e deixar de se praticar a religião, contudo, esquecer essa visão bipolar, bilateral, dualista. O homem é um ser complexo e para que a religião possa um dia vir a ser mais plena, deve levar em consideração o saber observativo-experimental da ciência, e o saber especulativo-reflexivo da filosofia, pois nem tudo é respondido pela crença, seja ela qual for. Caso contrário, a religião continuará matando, condenando e excluindo muitos em função de seus ideais que não refletem nada mais do que uma cosmovisão de um determinado século, e de um determinado grupo de pessoas.

Porém, tenho lá minhas dúvida de que assistirei essa inovação que será benéfica à toda humanidade.
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Referências Bibliográficas:
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¹-Edgar Morin: Antropólogo, Sociólogo, Filósofo. Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia.
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²- Livro: "O conhecimento do conhecimento, método 3", p. 18.

Sobre Tradição


Nascer em determinado ano ou em determinada família, para ninguém é uma escolha, mas um fato. Não se escolhe existir ou não, a realidade é que os pais de cada um determinaram isso para as suas crianças, sem ao menos consultá-las. Não se decide nascer brasileiro, europeu, africano ou asiático, você apenas nasce.

Fato curioso é que quando nascemos, não nascemos num mundo que a partir de nossa participação nele, será construído aos poucos, e sim, passamos a caminhar num mundo que já vem sendo construído há milhares de anos.

É a isso que denominamos tradição, que no grego é tradere que significa entregar. Um mundo nos é entregado, no qual só há uma coisa que possamos fazer: nos enquadrar. Não há tempo para a reflexão nesse mundo que já está em curso. Nós herdamos usos e costumes, herdamos formas de vestir, e falar, de agir, e, acima de tudo, herdamos uma forma específica de pensar.

Herdamos a tradição dos que já foram, e raramente pensaríamos diferente do que é comummente aceito pelo tradicionalismo. Afinal, nossa herança é fruto de uma fórmula que deu certo em uma determinada época, sendo vetado a possibilidade de questioná-la, já que o que vêm das eras passadas é acompanhado de uma áurea divina, de um aspecto imutável e infalível. A tradição que herdamos é o esforço de nossos antepassados em sua luta pelo controle de uma determinada situação, mas geralmente esquecemos que não é nada mais que uma fórmula inventada pelos seres humanos, envolta em grande mística.

Passado de pai para filho, juntamente com os traços culturais de uma tradição, o cargo de líder desse sistema é ocupado por aquele, ou aqueles, que garantirão a continuidade da ordem. Sendo estes responsáveis pela repressão das manifestações contrárias à sua forma de pensar.

E o que vejo hoje não é diferente disso. Eu, como muitos outros, decidi rever até onde minhas crenças remontavam à uma tradição, ou à uma decisão própria diante de algumas circunstâncias. Pasmei: todas, absolutamente todas minhas escolhas por algo ou alguém eram geradas na decisão de outros, geralmente, dos manejadores da tradição.

Só pude dar uma resposta diante da realidade que percebi: largar tudo, voltar atrás e refazer todo o percurso novamente. Decidi que não deixaria a tradição de minha família, de meus amigos, do cristianismo, e da sociedade influenciasse em minhas escolhas. O que eu decidir será fruto de minha própria reflexão, por conseguinte, as consequências se tornam minha responsabilidade, exclusivamente.

Quando percebi que a tradição estava criando em mim complexos, síndromes e recalques, roubando minha existência, decidi abandoná-la. Decidi ser dono do próprio nariz. Decidi dar o primeiro passo rumo às respostas que eu pedia às pessoas, mas que só traziam fórmulas prontas, de pessoas que não possuem o interesse, senão o poder. Decidi ser eu, não extensão dos outros.

Confesso, fugir da tradição me rende acaloradas discussões, muita dor de cabeça, e periodicamente o choro. Mas agora possuo a certeza de ser livre em mim mesmo, uma vez que os grilhões da tradição foram arrebentadas. E por fim, agradeço que há outros tantos que também se decidiram por isso, constituindo uma esperança para aqueles que se encontram encarceradas pela fórmula dos mortos.

Quando se ama


Quando se ama, tudo o que você mais quer é que todos saibam. Você quer apresentar a pessoa amada aos amigos; quer apresentá-la à família; quer apresentá-la àqueles que nem mesmo conhece. Quando se ama, todos os seus atos são feitos para mostrar à quem quiser ver que agora você está finalmente completo.
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Quando se ama, não se quer ir à praia sozinho, muito menos ainda ver filme sozinho no inverno. Quando se ama, tudo lembra o outro, até mesmo um tropeção de alguém à sua frente, que te fez lembrar o seu tropeção quando viu a pessoa amada pela primeira vez. Quando se ama, a pessoa pode estar com espinha, com mancha, com pé-de-galinha, com roxo que for, mas ela continua linda.
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Quando se ama, você quer que o mundo todo celebre contigo a sua sorte ao ter encontrado seu maior tesouro. Quando se ama, você quer abraço, quer beijo, quer namoro, quer aliança, quer noivado, quer casamento, quer véu e grinalda, quer marcha nupcial, quer ver os pais chorando de emoção, quer arroz sendo jogado para cima, quer festa, quer "recém-casados", quer lua-de-mel, quer sexo, quer alegrias, quer filhos, quer viagens, quer "e eles viveram felizes para sempre".
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Quando se ama, não importa se é homem ou mulher, branco ou negro, pobre ou rico, feio ou bonito, você só quer que a pessoa que você ama seja para sempre sua, e você para sempre dela.
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Quando se ama, você fica até de madrugada chorando ao escrever tudo isso.

♥ ♥ ♥

No entanto, triste quando se ama, é não poder comemorar com os amigos esse amor. Triste é não poder dar um beijinho que for, em público. Triste, quando se ama, é não poder dar as mãos quando se está com medo. Triste, é não poder olhar olhar para a pessoa que se ama, sem que critiquem esse olhar.
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Triste, quando se ama, é não ouvir "vocês formam um casal lindo" das pessoas mais próximas a você. Triste, é não saber se estarão mais de 10 pessoas no seu casamento. Triste, quando se ama, é não ouvir do pai "que genro de ouro eu tenho". Triste, é não não poder passar o natal juntos como uma única família.
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Triste, quando se ama, é perceber que o amor que você tem é ridicularizado por muitos. Triste, é ver pessoas fazendo por onde destruir esse amor. Triste, quando se ama, é ouvir que a maioria está contra esse amor.
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E absolutamente triste, para quem ama, é amar e saber que todas as pessoas que você mais ama depois de sua pessoa amada, não ama junto com você, o seu AMOR...

Sobre manutenção da ordem

Vivemos no chamado pós-modernismo do século XXI, contudo, carregamos o obscurantismo da Idade Média, no que tange as questões de cunho religioso.
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Fazendo referência aos meu companheiros de debate, Jonathan e Tiago, no curso de Teologia do STBSB, observo o notável interesse destes em organizar uma comunidade religiosa onde fosse possível o diálogo com a ciência e com a filosofia. Tendo como objetivo a formação confessionária dos membros da comunidade, sem que para isto, fosse preciso aliená-los do mundo. Postura honrosa ao meu ver, dado o encarceramento intelectual presente na maioria das instituições religiosas.
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Creio que não seja o único motivo, mas em maioria, há um grande receio por parte dos líderes eclesiásticos - mesmo que inconsciente - de que a ordem que deu certo em suas comunidades de fé seja perturbada por uma nova ordem de pensar e agir, de indivíduos intelectualmente adultos, uma vez que o poder que é conferido ao líder é proveniente da falta de conhecimento que grande parte das pessoas têm acerca de Deus, como Ser que se relaciona com o homem, necessitando, portanto, de uma figura para intermediar seu relacionamento com o Supremo; da instituição religiosa, e a forma adequada dela se relacionar com o mundo que a cerca, depositando assim, nas mãos do líder, o que devem pensar sobre assuntos polêmicos como pesquisa com células-tronco, aborto, homossexualidade, Aids, fanatismo religioso traduzidos em crimes contra a humanidade; e de sua própria história, no que diz respeito à tradição, à liturgia, à forma de governo, e aos credos confessionais.
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Cria-se dessa forma uma bolha que segregará a instituição que se considera santa, do mundo que afirma ser mundano, numa espécie de alienação proposital. De forma que o sistema que vigora desde a Idade Média, não sofre alteração. E se por acaso algo venha perturbar essa ordem, a cúpula que organiza o sistema, reunirá forças para expulsar o elemento perturbador para que a instituição permaneça santa.
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Termino transcrevendo um trecho do livro "Depois da Religião" de Lucy Ferry e Marcel Gauchet: " Dito de outra forma, a necessidade religiosa não é - ou, em todo caso, nada permite afirmá-lo com certeza - algo como uma dessas categorias transcedentais da experiência humana, como se a religião estivesse inscrita desde sempre e para sempre na configuração essencial do ser humano. A religião pertence, ao contrário, a um período passado e ultrapassado da história. Ela tem um começo e um fim. Pode-se imaginar uma organização social de seres humanos definitivamente sem religião, sem que com isso as velhas ameaças da Igreja nos caiam sobre a cabeça e sem que, forçosamente, essas sociedades sem religião, puramente humanas, estejam fadadas ao totalitarismo ou, quem sabe, a alguma catástrofe qualquer, ao imoralismo, ao materialismo etc." (Depois da Religião, L. Ferry e M. Gauchet, p. 22)
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PS: Principalmente a parte em amarelo deixa explicito que muito dos comentários dos líderes eclesiásticos sobre a necessidade de se manter uma ordem, não são necessariamente verdadeiro, pois não é por falta de DOUTRINA ou DOGMA que uma sociedade estaria fadado ao imoralismo ou coisa do tipo.

Eu e Tomás de Aquino

Conhecido na Igreja Católica como São Tomás de Aquino, este clérigo nasceu em 1225 na cidade de Roccaseca, no reino de Nápoles - Itália. É considerado o santo mais sábio, e o santo dos sábios. Representante áureo da Escolástica, linha dentro da filosofia medieval, de caráter cristão.


Teólogo e filósofo, Tomás de Aquino revolucionou a forma de se pensar o mundo e a metafísica de sua época. Diante de um contexto filosófico de predominância do sistema religioso neoplatônico, este monge reapresentou ao mundo Ocidental, a forma de pensar aristotélica, que surpreendeu todo o sistema vigente de seu tempo.


Aquino defende uma forma de pensar (gnosiologia) empírica e racional, sem inatismos e iluminações divinas¹, onde o intelecto ilumina o mundo para que possamos conhecê-lo². Um conhecimento que não nos advém de fora, como pretendia o iluminismo agostiniano. Além do conceito de verdade ser perfeitamente harmonizado com a concepção realista do mundo, que é justificado experimentalmente e racionalmente³.
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Tomás procura dar uma filosofia ao pensamento cristão, conciliando fé e razão. Contudo, diferentemente do Santo Agostinho que subordinava a razão à revelação e a experiência do divino. Além de ir contra o apriorismo intuicionismo platônico-agostiniano.
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Em sua metafísica, o Aquinate, afirma que primeiro sabemos o que Deus não é (teologia negativa); entretanto conhecemos algo positivo graças à doutrina da Analogia, onde o conhecimento de Deus se deve realizar partido das criaturas, pois o efeito deve ter semelhança com a causa. O que conhecemos a respeito de Deus é, portanto, um conjunto de negações e de analogias, não sendo falso, porém, incompleto. Ele sintetiza afirmando: conhecemos Deus unicamente mediante à razão, partindo da experiência sensível.
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Observando todas essas definições, ratifico minha posição contida nos post anteriores que Deus, tal como nossa limitação nos permite conhecer, é fruto de nossa experiência de mundo, portanto subjetivo e relativo, fazendo analogia com nós mesmo.
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Pensando assim, Deus em todas as religiões presentes no globo terrestre será apenas símbolo, representação dos próprios seres humanos, como Voltaire disse: à imagem e semelhança do homem.
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Se quisermos pensar num Deus realmente divino e absoluto, devemos considerar nossa incapacidade em concebê-lo.
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Referências Bibliográficas: ¹ - História da Filosofia, H. Padovani e L. Castagnola, p. 180-184
² - Idem
³ - Idem

Nostalgia

Parece que muitos anos se transcorreram dentro de apenas um. Como uma década decisiva na história, 2009 foi um ano - que parece ter sido vários- como não houve outro. Um mudança realmente profunda.
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Confesso minha nostalgia e saudosismo. Eu, de muitas coisas tenho saudade.
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A começar pelo meu único e querido esporte, que é também uma filosofia de vida e arte marcial, o Kung Fu. Começei em 2005, parei em 2008. Quantos socos, chutes, trabalho de respiração, filmes, armas pude viver?! Quanta filosofia reunida em tão pequeno lugar, e em tão poucas pessoas...
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Saudades do Guimarães Rosa e as 98 pessoas reunidas numa única sala de aula. 98 formas de enxergar o mundo; 98 histórias á serem contadas; 98 pessoas à serem amadas. Provas, simulado, vestibular, chopadas, formatura.
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Por que não as pessoas da PIBCI?! Ressalvando o olhar de estranheza das pessoas para comigo, além de suas nostalgias "mau-colocadas", também sinto saudades dos anos vividos ali. Risos despreocupados, brigas impensadas.
O ano transcorreu e com ele décadas de mudanças que fizeram com que meu coração se tornasse saudoso. Obviamente não creio ser ruim as mudanças, pois me proporcionaram conhecer e permanecer com o AMOR da minha vida, o que vale por tudo.

Contudo, fico nostálgico pois sei que os anos passados não voltam mais, cabendo a mim reviver cada boa lembrança de minha memória; dela não me esquecer jamais, e aprender com ela à valorizar os dias de hoje, pois estes, eu também lembrarei com muito carinho.


PS: Saudades de tomar banho de chuva...

O caminho que escolhi

Sem sombra de dúvida, fui bombardeado com visão de outros mundos, que julgava eu - habitante de um mundinho religioso conservador - não existirem neste imenso universo.

Foi, e tem sido, dolorido. O encanto se desfez em alguns instantes; a venda que tapava os olhos foi retirada; a pálpebra arrancada; e os muros da cidadela fortificada por anos de fanatismo, foram postas abaixo. E em meio a tanta confusão, me senti completamente perdido e solitário.
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Quando, por fim, dei por mim, percebi que já era hora de sair da casca de noz e enfrentar um universo adulto, que não concede piedade àqueles que nele transitam.

E cá estou, no caminho que escolhi. Vou caminhando à passos lentos para que consiga entender os caminhos que me trouxeram aqui; a desconstrução que dei início; o mistério reservado à mim na próxima esquina.

Neste caminho sigo sozinho. Transitando pelos mundos que nunca me disseram existir, recolhendo de cada um, algo que possa me ajudar a descodificar o que eu ainda não entendo.

Não faz mal que me chamem de desertor, louco, herege, doente, corajoso, ambicioso ou herói, pois creio que há de tudo um pouco em mim. O que só não sabem é que em mim, há muito deles.

Por isso, prossigo caminhando...

Confissão de Fé

Em grande parte, considero desnecessário este post, contudo, creio que ele me poupará o esforço de dizer repetidas vezes os mesmos pensamentos. Portanto, atentem-se...
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Começando de "baixo para cima":
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Quem me considero sendo "EU"? Um aglomerado. Um resultado de várias circunstâncias, originadas num propósito (ou despropósito) externo que desconheço, que me levaram a refletir sobre a realidade que se passava no momento de minha reflexão, que desencadearam ações que entendo, e outras que não entendo tão bem assim. Um vagante que caminha para não se sabe onde, sem pressa de chegar lá.
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O que considero ser "Religião"? Se for acompanhada de fanatismo, é mordaça, cabresto, manipulação, violência, morte, nada. Se for acompanhada por respeito, tolerância e individualidade, é estética, no sentido epistemológico da palavra. Ou seja, é contemplação, paz interior, sentido de existência, contudo, ausente de conhecimento, de certeza sobre as verdades absolutas (existindo elas).
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O que considero ser "Cristianismo? Religião que herdei. Com princípios morais e éticos belíssimos. Porém, uma dentre todas as demais religiões. Não diferente das outras - no sentido de consistir em construção humana. Com características louváveis e outras reprováveis. Alvo de meu carinho e respeito.
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Quem considero ser "DEUS"? A maior de todas as dúvidas. Crendo que Deus não pode ter traços humanos, senão deixaria de ser perfeito, não posso acreditar nas caricaturas que as religiões fizeram dele. Em nenhuma. Por isso, não sei quem Ele é, pois tudo o que eu formular partirá de minha existência, sendo não mais Deus, mas uma extensão pretensiosa de meu EU.
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Sendo assim, sintetizo: O que considero "ser e estar" a minha espiritualidade? Não sei exato a resposta, nem tenho pressa em defini-lá de acordo com um padrão ou outro.
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Fim das perguntas.

Grande Israel Belo

O trecho a seguir foi me mandado por email, resta-me saber se personalizado, ou tratar de ser um email em larga escala. Contudo, sendo uma coisa ou outra, seu conteúdo me aprouve. Aproveitem.

"EU TE TOLERO, TU ME TOLERAS, NÓS NOS TOLERAMOS

Conviver com a diferença inclui a liberdade religiosa. A nossa e a dos outros.

Não devemos reprimir ou discriminar qualquer minoria (ou maioria) religiosa. Trata-se de uma questão de princípios: aprendemos com os primeiros batistas da história, no século 17 inglês, que a religião é uma questão de foro íntimo, entre o crente (ou descrente) e Deus.

Não reprimir ou discriminar é também uma questão de inteligência: quando restringimos a liberdade do outro, estamos autorizando que suprimam a nossa também."


(Israel Belo: Graduado em teologia e comunicação, pós-graduado em história, mestre em teologia e doutor em filosofia. Foi professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, e reitor deste de 2002-2009.)

Imagem e semelhança


"Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança, e este pagou-lhe na mesma moeda." (Voltaire)

François-Marie Arouet, popularmente conhecido como Voltaire, teceu tais palavras. Filósofo iluminista francês, revoltado com a obscuridade da Idade Média, ou para muitos, Idade das Trevas. Defensor da liberdade de expressão, dos direitos civis e do livre comércio. Alvo de intensas críticas dos fiéis do Cristianismo que vêem no versículo de Gênesis, a razão do homem ser um ser tão notável.

Digo que preciso me aprofundar neste quanto nos demais pensadores, teístas ou ateístas. No entanto, a frase de Voltaire já me oferece um ponto de partida para a reflexão que toma forma em minha mente.

É pronunciado em larga escala que Deus criou o homem à sua imagem, com todas as faculdades divinas, contudo, após o pecado de querer ser como Ele, o homem entrou em decadência e toda a sua imagem foi deturpada. Verdade? Mentira? Não importa. Fato é que o homem vêm lhe pagando na mesma moeda a decadência que foi acometido.

Não posso deixar de reconhecer que há livros belíssimos, discursos profundos e apologéticas convincentes que dizem provar que o homem é realmente fruto da imagem de Deus, e que ele conhece profundamente os segredos da mente de seu Criador, no entanto, não parece condizer com a realidade.

Posso perguntar quais qualidades não-humanas foram atribuídas a Deus? Deus é bom? Como fazer tal afirmação sem ter experimentado a bondade de ter um ombro amigo na hora do luto? Ou dizer que Ele é justo sem ter visto um criminoso receber a pena devida por seu ato? Ou quem sabe, dizer que Ele é amor sem ter ouvido dizer que um homem que não pecou morreu pela falha dos outros?!

Existiria Deus se não houvesse o ser humano? Quem afirmaria com total certeza?

O homem ao longo da história vêm pagando Deus na mesma moeda. Seus atos de bondade são acompanhados pela aprovação das altas regiões celestiais, e os atos de perversidade justificados como obra do inimigo. Eis o homem criando Deus à sua imagem. Incapaz de responder por seus atos mais impensados ou gloriosos, sua autoria é elevada aos céus.

Existindo Deus como muitos dizem, pode ser que Ele não seja tão mesquinho aponto de ser manipulado pelos povos, nem ser do partido hinduísta, budista, islâmino, judáico, nem cristão. Tampouco ser tão infantil como os homens o fazem parecer.

Deus assim só à imagem do ser humano: Aproveitando o contexto de quando foi escrito o versículo bíblico, à imagem dos Hebreus.

Vítimas de Si


Que muitos são culpados pelos atos de poucos já não é novidade. Basta enxergar o semblante de injustiça de um árabe que é preso por ser parecido com um terrorista; ou um alemão que vive no Brasil ser xingado de nazista.

De qualquer forma, parece ser costume do homem culpar outros por suas mazelas. Seja na Antiguidade, seja na Era Pós-Moderna.

Confesso que sabia que o mundo era assim - já que eu muitas vezes coloquei culpa em outros -, mas fiquei surpreso ao ver pessoas próximas afirmarem que a causa de suas lágrimas, dor, doença, insônia e luto ter causa em minha felicidade.

Golpe baixo, drama, chantagem emocional. Os sinônimos são diversos, mas só há uma única razão para isso: mentes racalquadas que se tornam vítimas de seus próprios recalques.

Vejo que muita gente que querendo suprimir ou mudar a realidade cria e trás para si doenças que pensam ser originadas em outras pessoas, quando na verdade que faz o corpo padecer é a própria pessoa ao construir seus absolutos, e ao pesar que não podem mudar de opinião.

Infelizmente essas pessoas são vítimas de si mesmas. E contudo, não enxergam quem é o verdadeiro causador de seu mal. Vivem e viverão à mercer de seu engano, sempre culpando poucos pelo desagrado de muitos.

E a menos que reformulem seus absolutos e crendices, o achismo, a fé, o requalque, serão maiores que o amor incondicional, que a paz, que a saúde, que o relacionamento sincero.

242 dias

Há oito meses, definitivamente, o rumo mudou.
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Há oito meses percebi que o amor é melhor que a paixão.
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Há oito meses o recanto de minha solidão passou a ter companhia.
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Há oito meses não rio mais sozinho.
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Há oito meses não verto lágrimas sem ter quem as enxugue.
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Há oito meses me armei para a guerra e venho batalhando.
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Há oito meses lamentei as perdas, em meio a maior dentre todas as celebrações.
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Em oito meses esperei o momento para homenagear meu amor com esses oito versos.
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Meus PARABÉNS!

Orgulho e Preconceito




"Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente." (Orgulho e Preconceito)
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Nunca vi o filme, mas depois dessa frase tenho certeza que será um dos primeiros que procurarei ao chegar na locadora.

O garoto no convés


Também de John Boyne. Narrativa progressiva, simples e também instigante. Livro comprido para aqueles que como eu não suportam o fato de uma bela narrativa ser contada em pouco mais de cem páginas.
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Em mim fica marcado o fato de a realidade no mar ser muitas vezes abusiva, literalmente. Pena perceber que esta não é uma realidade exclusiva dos mares, mas também é presente no mundo dos homens terrestres.
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Espero que ninguém sofra os mesmos abusos que sofreu o pequeno John Jacoob Turnstile.

O menino do pijama listrado


A obra é de John Boyne. E, ratificando as críticas publicadas nas costas do livro, a estória é simples e empolgante. Beirando a perfeição. Talvez, senão fosse a construção muito elaborada das frases de Bruno - que parece ser mais de um adulto do que de uma criança que é - o livro seria realmente perfeito, contudo, o desfecho da obra compensa todos os deslizes do autor.
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Recomendo a todos que querem sair um pouco do mundo atual, e se reportarem até os horrores da Segunda Grande Guerra, para se apaixonarem pelos personagens, e chorar a crueldade dos crimes nazistas.

O tal do "armário"

Uma grande amiga discursou em seu blog sobre "armário". Creio que não haja a necessidade por explicar o sentido do termo empregado. Registro abaixo o trecho em nossa homenagem, e fica a minha queridíssima amiga meus sinceros votos e considerações, carregadas de carinho e admiração.
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"Sendo assim me orgulho dos meus amigos... que optaram não ficar no 'armário', enfrentaram tudo e todos em busca da felicidade...!!!" (R. Martingil)

A estes, meu muito obrigado!

Confesso que fiquei muito surpreso com a recepção. Não seria por menos, uma vez que minha decisão por viver um amor "fora dos padrões", e a consecutiva saída de Cachoeiro deixou até os mais incrédulos de cabelos em pé.
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Ficar 3 dias em Cachoeiro - em ocasião do feriado - desencadeou em mim uma gama de sensações. E a supresa foi uma das louváveis.
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Sinceramemente, não esperava tantos sorrisos e mãos estendidas. O que pode ser um sinal bomo - na melhor das hipóteses -, ou uma ilusão - na pior das hipóteses. Contudo, isso não vem ao caso no momento.
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Foi gratificante ter retornado, mesmo que por uns poucos dias. E não poderia deixar de dizer muito OBRIGADO a todos que me proporcionaram tantas alegrias.

E ele se foi

"Tinha outra coisa também. Eu havia acabado de ser excomungada, afastada, banida, exilada, seja lá como for que você queira chamar. Se Ray tivesse querido manter sua fé e ficar na cidade... eu teria sido um fantasma para ele, uma filha que ele amava, mas não podia reconhecer. E era reconfortante, de um modo frágil, cheio de perda, saber que Ray tinha decidido manter o amor vivo em sua imaginação e partir. É isso o que as pessoas por aqui são forçadas a fazer se não são fortes o suficiente para viver sem um tipo de fé, ou fortes o suficiente para se posicionar contra e mudar todo um sistema ou derrubar uma igreja. E, de qualquer maneira, quem de nós é tão forte assim? Não os Nickles, com certeza."
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Eis o contexto: Nomi, a personagem viveu a tristeza de saber que sua irmã fugiu com o namorado, a mãe saiu de casa inexplicavelmente, e por fim, seu pai dividido entre a fé fundamentalista (menonita) que tinha e a realidade de sua filha "fora dos padrões", decide também sair de casa.
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PS: Não os Buchards com certeza...
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PS²: Livro - "Uma bondade complicada" - Miriam Toews

Sobre Cachoeiro


É como voltar à cidade que marcou a infância de um senhor: Saudade dos tranquilos dias, misturado com a certeza de que esta não é mais seu lugar.

Não mais um

Muitos sorrisos escondem a tortura que marca o ser humano por dentro. É expressamente proibido demonstrações de fraqueza ou dor. Sentimentos não serão tolerados dentro do universo robótico, por isso, os sorrisos são costumeiramente falsos.
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Histórias. Algumas são trágicas, outras, apenas tristes. No entanto, não faz muita diferença, todas devem dar lugar à ilusão de "vidas felizes". Na bandeira do sistema que reduz pessoas à rôbos se lê: Seja quem queremos que seja, e terás lugar assegurado. De indivíduos passaram a serem massas, com direito à suportar todos os abusos e humilhações, com uma condição: sorriso no rosto.
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Só não está em poder do grande Opressor o controle de barrar as lágrimas sutis, carregadas de revolta e dor, que rolam dos olhos dos sofredores. Choro que passa despercebido pelos corações frios. Lágrima que, quem sabe, não se transformará num oceano de atitudes.
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PS: Espero sinceramente que um dia cada um deixe de ser apenas mais um!

Auto-compaixão

Cabe-me primeiramente explicar o significado da palavra: "O psicoterapeuta Gerard van den Aardweg afirma que autocompaixão é uma atitude típica de falta de maturidade, pois a pessoa centra todas emoções sobre si. O que era compaixão, ou seja, sofrer com a outra pessoa, torna-se sofrer por si mesmo."
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O famoso "coitadim de mim". Sofre por conta própria. Lastima suas atitudes e rumos. Comportamento neurótico quando ignorado. Talvez seja essa uma boa definição do que tem acontecido ultimamente.
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O que de fato surpreende é a auto-compaixão que muitos impõem. Utilizando da chantagem emocional, tentam - em todas as áreas e oportunidades - produzir um sentimento de sofridão. Uma catarse que tenta mudar os rumos de minhas escolhas pessoais.
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Infatilidade, pois pirraça quem faz é criança. E como ser adulto, não dou ouvidos à apelos que atingem o emocional - que consideram ser uma fraqueza -, pois só procura resolver uma tristeza que julgam que "tenhamos".
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Auto-compaixão é diagnósticada em muitos pacientes, mas particularmente é a primeira vez que vejo pessoas tentando produzir essa neura em outros. Digo que continuarão frustados.
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Resta-me a esperança que saibam ler, pensar e dicernir essas palavras, para que não me considerem apostata da fé, da família e dos amigos. E que entendendo, finde com as atuais - e as futuras - tentativas de produzirem sofrimento, onde este não existe.
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PS: Para aqueles que sabem ler, um pingo é letra, portanto, entederão aqueles que dessa forma se portam.


O que falta é tempo, não idéias. Aguardando para postá-las.

Sombrio




Eu não consigo entender o porquê, de onde, e para que, de os dias simplesmente se tornarem sombrios. E talvez, nunca venha compreender.

O que permanece é o mistério dessa sensação que faz todo o meu ser silenciar. Pode ser que acontecimentos marcantes se aproximam - como uma intuição -, ou ser uma responsta à algo que me foi dito, quem sabe, uma dúvida que percorre minha existência.

Disso também não tenho certeza. A sombriedade ainda me causa dores de cabeça e de existenciais.
Medo. Muitas vezes este é o meu companheiro. Medo porque essa nuvem de silêncio sempre me acompanhou, e me assombrar pensar que talvez possa não me abandonar.

Questionam-me o porquê de meu olhar se perder e meu sorriso se ausentar. Eu simplesmente não sei responder a essa pergunta.

Chego a pensar que essa sensação - muito das vezes pertinente - seja fruto do conhecimento que me foi apresentado e do qual me tornei eterno procurador das respostas. Se a causa for esta, devo me lamentar pela crueldade que fizeram comigo ao abrirem meus olhos, e me martirizar por ter ido mais a fundo naquilo que talvez seja indecifrável.

PS: Eis o paradoxo: Saber e destruir; não saber e se auto-destruir.

PS: Continua tudo sombrio.

Seja assim o infindável

Talvez, a maioria das certezas que tenho um dia desaguem no mar das dúvidas. E muito provavelmente, meus maiores questionamentos permanecerão em mistério até o fim de minha vida. Restando-me a busca interminável do indecifrável.

Mártir

Segue a estória:

"O ano não se sabe mais, por ter se passado há muito tempo atrás. Sabe-se que era a época dos castelos fortificados, dos nobres cavaleiros, e das guerras corpo a corpo.

Era uma Catedral. No centro da cidade. Gárgulas a protegiam e as orações dos sacerdotes mantinham afastado os maus espíritos. Abóbadas embelezavam o teto do santuário, e altas torres faziam vigias nas laterais. Ela se erguia imponente. Todos que por ela passavam mantinham suas cabeças curvadas em sinal de respeito e temor.

O alto clero estava reunido. Crucifixos de ouro, anéis de pedras preciosas, trajes em púrpura. Sorrisos sombrios, olhos compenetrados, corações altivos. O momento era extremamente delicado, exigindo a presença do Pontificiado.

Um réu. Sentado diante do inquisitor. Olhos fitando o nada. Mãos pouco suadas. Coração disrritmado. Uma espera mortal. A respiração se interrompe enquanto a sentença não é lida em voz alta.

Com o documento na mão, o inquisitor do Santo Ofício lê a sentença em voz alta: O réu está condenado à fogueira, e a morte eterna por zombar da Santa Igreja e blasfemar contra o Santo Espírito, pecado dos quais não há perdão. E que através desse ato público, todos tenham conssentimento da sériedade de ser feliz sem cumprir com as ordenças dos santos de Deus, de ser livre sem que o clero liberte, de pensar sem que Sua Santidade, o Papa, dê a devida permissão, e de amar fora dos preceitos da tradição. Todos estes pecados são abomináveis a Deus, portanto, todos que assim procederem receberão a mesma condenação.

Com os olhos fitos no nada, cabeça um pouco pendida, o réu sai carregado pelos cavaleiros da presença dos Santos, preparado para seu destino, sabendo que uma hora haveria de encarar seu final.

E foi assim, o fogo consumia o réu, e de sua fumaça saía a mensagem de que não se podia ser feliz e ao mesmo tempo, ser a felicidade contrária ao santo dogma. Mas talvez, quem estava presente na execução nunca tenha entendido assim."

A tal da convivência

Dizem que na convivência, especificamente no casamento, é que os amantes de fato se conhecem. Nessa jogo de retirada de máscaras, muitos simplesmente viraram as costas dizendo: "não foi com essa pessoa que eu me apaixonei". Outros, acabam permanecendo juntos, contudo, vivendo como se um não fizesse parte do outro.
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As máscaras caem e os temperamentos são revelados, interior é exposto. E por mais belo que possa ter parecido por fora, por dentro mora um monstro. Todos nós temos esses monstro, e infelizmente o meu tem se mostrado atualmente para a pessoa que eu mais amo nessa terra.
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Rudez, incompreensão, palavras ásperas, falta de perdão. Nisso tudo, tenho cavado minha própria cova, e o que posso vir a perder com isso é anos-luz pior do que se eu me esforçar em resolver a situação mudando meus hábitos.
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Por isso, pode parecer exagero, mas venho através desse post pedir PERDÃO ao meu amado. Coloco aqui não para que venham e sigam o exemplo, mas porque você sabe meu amor, eu sou melhor com a escrita. Desculpe por vir sendo essa "ogro" nos últimos dias, mas a partir de agora farei o meu melhor para que a delicadeza e beleza possam voltar a fazer parte de nosso esplêndido relacionamento. Afinal, tudo o que mais tenho de precioso está em você, e contigo quero permanecer até que a morte nos una novamente!
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Em tudo e para sempre, reafirmo, Eu AMO Você... YaMTF
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PS: Essa tal de convivência é assim! ^^

Quem as pessoas são?

"No caminho de volta tive um pensamento sobre como as coisas que agente não sabe a respeito de uma pessoa são as coisas que a fazem humana e fiquei triste em pensar isso..." (Nomi - Uma bondade complicada)
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Talvez aí também resida a minha tristeza. Amargura em não saber o que de fato torna uma pessoa em quem realmente ela é.
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Interessante é observar que a escritora canadense Miriam Toews também se apercebeu dessa condição em certo momento de sua vida. Condição que me leva a enxergar o outro não como outro, mas como uma extensão de mim.
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Parece ser coincidência, ou uma ironia da vida, mas nessa mesma semana meu querido Raither já havia críticado dizendo que para mim, todos devem pensar como eu. E diga-se de passagem, não foi algo fácil de se ouvir, já que digo ser a favor do subjetivismo, ou seja, que cada pessoa pense e visualize o mundo de sua própria forma, sem que seja discriminada ou taxada de louca.
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À base de umas reflexões e broncas, ainda sim é complicado para mim visualizar as várias pessoas tais como elas são, pois, por muitas vezes, são por mim reduzidas a serem o que fazem, o que dizem, ou o que deixam transparecer.
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Contudo, reduzindo-as dessa forma, cometo assassinatos, uma vez que todos se tornaram uma versão boa ou ruim de mim - dependendo se o que é feito é compatível com minhas práticas. Perco dessa forma e de uma só vez, todas as pessoas que um dia poderiam acrescentar belezas e surpresas à minha existência. Para logo em seguinda me tornar um solitário completo. E quem sabe, morrer desgostoso por tal HOLOCAUSTO?

Que assim eu consiga

Que eu vença o maior desafio: Fazer de cada dia um dia diferente dos demais outros. Fazer as mesmas coisas do dia passado, mas percebe-las de uma nova forma. Perceber a beleza que deixei de enxergar ontem. Que eu consiga amar ao meu amor, e a tudo em mais a volta, como se de fato, este fosse o último dia. Talvez assim, as cores da vida possam se intensifica no meu ser!
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Simplicidade e beleza a todos...

Amor, o Subversivo

Pode ser que esta palavra, subversivo, não seja comum no vocabulário de muitos, por isso, me permitam explica-la.
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Ser subversivo é se fora do padrão, ser diferente daquilo que é estabelecido, é um transtorno, é revolta, principalmente no sentido moral.
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Muitos foram os subversivos que passaram por essas bandas, e em geral, o seu protesto era contra a força opressora de seu tempo. Quem nunca ouviu dizer de John Lennon e sua voz profética melodiada na música "Imagine"? Temos também o pastor negro do sul dos EUA, Luther King... Ele sim era um sonhador. Não podemos esquecer do senhorzinho de óculos redondos, formado em direito, conhecido como Mahatma Gandhi, que libertou seu povo do tirano inglês. Por que não Dalai Lama em sua luta pela paz em Taiwan, ou Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano, no seu conflito contra a religião oficial da Alemanha, o Cristianismo Nazista?
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Todos eram subversivos. Todos estavam a frente de seus compatriotas e pagaram alto preço pela sua subversidade. Contudo, o maior dos subversivos é o AMOR. E quem mais para ilustrar o amor do que Jesus, o Carpinteiro de nazaré?
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Este era subversivo, e o amor que pregava também era revoltante. O amor está fora de nossos padrões há milhares de anos. Amor de ser humano para ser humano, independente de sexo ou etnia, ser humano para com a natureza, ser humano para com os animais, para com os povos, para com o conhecimento... Todos estes são subversivos.
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O amor incomoda, não importa a maneira que ele se manifeste. O amor destrói a sociedade, coloca abaixo a religião, desmistifica os discursos, ridiculariza a política. O amor rompe o próprio homem, este ser que ama. O amor parace ser totalmente contrário à humanidade, quando ela é a única que pode torná-lo praticável.
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Subversido, de todos, o amor é o mais destruidor da ordem, o mais revoltante. Ou o amor derruba toda a sociedade baseada em números e lucros, destruindo as religiões - sejam elas quais forem -, e matando todos os deuses, ou nunca conseguiremos dar as mãos e sermos um único povo, do qual nunca deixamos de ser, por mais que assim parecesse.
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Utopia! Porém, os poetas sempre viveram disso.

Carpe Diem

Que vida é passageira, fumaça que logo se dissipa, isso não é novidade para ninguém. Contudo, quando a morte, essa terrível assombração dos homens, leva aqueles que nos são queridos, esse breviedade da vida se torna alvo de reflexões.
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Ontem me deparei com a morte de uma companheira de infância de certa amiga minha, e tudo o que minha amiga sabia me dizer era: precisamos viver a vida, porque quando menos esperamos, somos convocados para o além.
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Nessas horas tudo vem a tona. Pensamentos, atitudes, relacionamentos e tudo mais que faz parte da vida de um ser humano diariamente. O problema está em que quanto tudo rui, nós só conseguimos pensar no que poderíamos ter feito antes de nos despedirmos.
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Seguindo o conselho do sábio de Eclesiaste: Como meu pão, bebo meu vinho, e vivo com a pessoa amada de minha mocidade. Faço isso, antes de minha hora chegar. Pois, quando enfim vier, de nada me arrependerei.
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Vida abundante a todos...
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PS: Amigo Kierkegaard, que dorme belo e profundo sono, é difícil escrever uma linha cada dia, mas estou me esforçando. Abraços.

O destruidor

Enquanto a inspiração não vem, e as palavras não permitem que eu as encontre, meus simples versos. Prosa carregada de intenso e profundo amor; de comicidade e deboche; de mundaças e transformações: Um dia hei de entender que o AMOR é o maior atentado contra a ordem estabelecida de nossos dias. E quando compreender, devo me libertar, finalmente...

Isso sim, faz sentido...

O vídeo abaixo retrata bem a idéia de sabedoria aplicada no antigo Israel. Sim, faz muito sentido. Talvez o que mais faz... Para quem acha que é blefe, só ler Eclesiaste e Provérbios, e entender que a vida é muito curta para que se prenda as banalidades. Afinal, tudo é vaidade...
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E além do vídeo, o texto "Momentos na Vida" de Clarice Linspector também retrata bem essa sapiciensalidade! Aproveitem...
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"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la. Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram, para aqueles que se machucam, para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre."

Da mesma for como o texto abaixo impactou meu grande amigo Thiago, em mim houve grande refrigério. Num momento onde muito se é dito a volta, pouco dá para escutar o sussuro dAquele que é Único e Imutável.
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A este, Autor de tudo o que há, e que sem Ele nada faz sentido, meu eterno Amor, Veneração e Agradecimentos por tão escândaloso Amor, encarnado no Filho Amado, que por tanto Amar sofreu nas mãos de todos que por essas terras passaram!
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"Quando li o texto abaixo confesso que me deparei com algo que realmente agradável aos olhos e ao coração. Coração, este meu guerreiro cansado, que clama por frescor emanado do evangelho de Cristo. Encontro-me cansado de sacerdócio vetero-testamentário, leis, julgo, peso, fardo, normativas e obrigações me desanimam nesse início de caminhada. A profecia é grito, clamor, não pelo individualismo egocêntrico de sempre mas a necessidade de colocar em favor da sociedade. Hoje encontrei a beleza de palavras que remetem aos textos sapienciais. Nada de ordem sacerdotal ou grito profético, apenas o sussurro sapiencial, cristianismo em forma de poesia.
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No blog do "caminho da graça" - por Caio Fábio, o perdoado. (http://caminhodagracapublica.blogspot.com/2007/07/um-convite-doce-revoluo-o-reino-simples.htm)
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Um convite à doce Revolução
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Artigo 1 – Fica decretado que agora não há mais nenhuma condenação para quem está em Jesus, pois, o Espírito da Vida em Cristo, livra o homem de toda culpa para sempre.
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Artigo 2 – Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os Sábados e Domingos, carregam consigo o amanhecer do Dia Chamado Hoje, por isso qualquer homem terá sempre mais valor que as obrigações de qualquer religião.
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Artigo 3 – Fica decretado que a partir deste momento haverá videiras, e que seus vinhos podem ser bebidos; olivais, e que com seus azeites todos podem ser ungidos; mangueiras e mangas de todos os tipos, e que com elas todo homem pode se lambuzar.
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Parágrafo do Momento: Todas as flores serão de esperança; pois que todas as cores, inclusive o preto, serão cores de esperança ante o olhar de quem souber apreciar. Nenhuma cor simbolizará mais o bem ou o mal, mas apenas seu próprio tom, pois, o que daí passar estará sempre no olhar de quem vê.
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Artigo 4 – Fica decretado que o homem não julgará mais o homem, e que cada um respeitará seu próximo como o Rio Negro respeita suas diferenças com o Solimões, visto que com ele se encontra para correrem juntos o mesmo curso até o encontro com o Mar.
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Parágrafo que nada pára: O homem dará liberdade ao homem assim como a águia dá liberdade para seu filhote voar.
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Artigo 5 – Fica decretado que os homens estão livres e que nunca mais nenhum homem será diferente de outro homem por causa de qualquer Causa. Todas as mordaças serão transformadas em ataduras para que sejam curadas as feridas provocadas pela tirania do silencio. A alegria do homem será o prazer de ser quem é para Aquele que o fez, e para todo aquele que encontre em seu caminhar.
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Artigo 6 – Fica ordenado, por mais tempo que o tempo possa medir, que todos os povos da Terra serão um só povo, e que todos trarão as oferendas da Gratidão para a Praça da Nova Jerusalém.
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Artigo 7 – Pelas virtudes da Cruz fica estabelecido que mesmo o mais injusto dos homens que se arrependa de seus maus caminhos, terá acesso à Arvore da Vida, por suas folhas será curado, e dela se alimentará por toda a eternidade.
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Artigo 8 – Está decretado que pela força da Ressurreição nunca mais nenhum homem apresentará a Deus a culpa de outro homem, rogando com ódio as bênçãos da maldição. Pois todo escrito de dívidas que havia contra o homem foi rasgado, e assustados para sempre ficaram os acusadores da maldade.
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Parágrafo único: Cada um aprenderá a cuidar em paz de seu próprio coração.
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Artigo 9 – Fica permanentemente esclarecido, com a Luz do Sol da Justiça, que somente Deus sabe o que se passa na alma de um homem. Portanto, cada consciência saiba de si mesma diante de Deus, pois para sempre todas as coisas são lícitas, e a sabedoria será sempre saber o que convém.
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Artigo 10 – Fica avisado ao mundo que os únicos trajes que vestem bem o homem diante de Deus não são feitos com pano, mas com Sangue; e que os que se vestem com as Roupas do Sangue estão cobertos mesmo quando andam nus.
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Parágrafo certo: A única nudez que será castigada será a da presunção daquele que se pensa por si mesmo vestido.
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Artigo 11 – Fica para sempre discernido como verdade que nada é belo sem amor, e que o olhar de quem não ama jamais enxergará qualquer beleza em nenhum lugar, nem mesmo no Paraíso ou no fundo do Mar.
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Artigo 12 – Está permanentemente decretado o convívio entre todos os seres, por isso, nada é feio, nem mesmo fazer amizades com gorilas ou chamar de minha amiga a sucuri dos igapós. Até a “comigo ninguém pode” está liberta para ser somente a bela planta que é.
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Parágrafo da vida: Uma única coisa está para sempre proibida: tentar ser quem não se é.
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Artigo 13 – Fica ordenado que nunca mais se oferecerá nenhuma Graça em troca de nada, e que o dinheiro perderá qualquer importância nos cultos do homem. Os gasofilácios se transformarão em baús de boas recordações; e todo dinheiro em circulação será passado com tanta leveza e bondade que a mão esquerda não ficará sabendo o que a direita fez com ele.
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Artigo 14 – Fica estabelecido que todo aquele que mentir em nome de Deus vomitará suas próprias mentiras, e delas se alimentará como o camelo, até que decida apenas glorificar a Deus com a verdade do coração.
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Artigo 15 – Nunca mais ninguém usará a frase “Deus pensa”, pois, de uma vez e para sempre, está estabelecido que o homem não sabe o que Deus pensa.
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Artigo 16 – Estabelecido está que a Palavra de Deus não pode ser nem comprada e nem vendida, pois cada um aprenderá que a Palavra é livre como o Vento e poderosa como o Mar..
Artigo 17 – Permite-se para sempre que onde quer que dois ou três invoquem o Nome em harmonia, nesse lugar nasça uma Catedral, mesmo que esteja coberta pelas folhas de um bananal.
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Artigo 18 – Fica proibido o uso do Nome de Jesus por qualquer homem que o faça para exercer poder sobre seu próximo; e que melhor que a insinceridade é o silencio. Daqui para frente nenhum homem dirá “o Senhor me falou para dizer isto a ti”, pois, Deus mesmo falará à consciência de cada um. Todos os homens e mulheres que crêem serão iguais, e ninguém jamais demandará do próximo submissão, mas apenas reconhecerá o seu direito de livremente ser e amar.
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Artigo 19 – Fica permitido o delírio dos profetas e todas as utopias estão agora instituídas como a mais pura realidade.
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Artigo 20 – Amém!
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Caio Fábio e tantos quantos creiam que uma revolução não precisa ser sem poesia.
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Thiago Barbosa"

A Storm is Coming

"O último suspiro antes do mergulho profundo". Essa frase foi dita pelo istar Gandalf, conhecido como Mithrandir em Gondor, quando a guerra se aproxima dos portões desta cidade dos grandes homens de outura. À frente de Gondor estava as Montanhas Sombrias e, por detrás delas, nuvens de fumaça e enxofre; lava vulcânica e guerreiros das trevas. Contudo, tudo era uma profundo silêncio; era o último suspiro...
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Saindo do mundo criado por Tolkien, tempestade também se faz presente na realidade. Tudo está num profundo silêncio. Não ouço mais a minha voz; não ouço o som dos gritos do inimigo; não ouçou a lamentação de meu povo. Porém, meu coração está inquieto; o sono não vêm aos meus olhos. A tempestade se aproxima.
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Posso sentir o vento gelado trazendo promessas de lutas e longas batalhas. Posso imaginar os inimigos marchando por detrás das montanhas... Logo, as planícies estarão negras de muitos soldados preparados para o confronto final. A tempestade se aproxima, e não tardará a desferir seu golpe...
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As esperanças paracem estar se desvaindo; o calor do corpo vai diminuindo; o punho vai cerrando; os olhos vão fitando tudo a volta. Não é hora para retrocesso... A diplomacia de pouco adiantará... Somente os mais resistentes resistirão. É chegada a hora de abandonar o medo e de buscar coragem dentro de si. A guerra não tardará a começar.
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Que meu corpo se consuma em revolta e sabedoria, não em medo e hesitação. Que meu coração esteja decidido e não duvidoso. É hora de provar o gosto da batalha e provar a verdadeira força de um guerreiro.
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-- Veja... A Tempestade chegou! Não temos tempo a perder!

Uma última...

Até o momento, já fiz duas considerações em função da globalização que deixa o campo da geopolítica e se faz presente na curiosidade de uns, na burrice de outros e, na politicagem de alguns poucos. No entanto, segue uma outra...

Dirijo-me àqueles que constantemente são apanhados pela tristeza ao se lembrarem de mim; àqueles desavisados que têm a certeza de que a espiritualidade se opera no campo do objetivismo e não do subjetivismo; àqueles julgadores que já formularam toda a trajetória do meu futuro, e que torçem para que suas proposições estejam corretas; àqueles que valendo de bom coração - e uma pitada de ingenuidade - enxergam-me na forma de "coitado", sendo alvo de intensas jornadas de oração.

Digo que sou estimulado, atualmente, a dar respostas ou fazer considerações por conta da falácia externa. Se não for fanático e tiver paciência para um bom diálogo, entenderá que trata-se de uma crítica não iconoclasta, mas crítica às ações que com alguma frequência venho tomado ciência.

Se fizer esforço, enxergará não uma pessoa diferente do que costumava ser, mas que agora, simplesmente exteriorizo pensamentos antigos, que antes eram vetados devido ao fanatismo com que constatemente me agarrava.

Só posso me lamentar das imagens que vão sendo fabricadas ao meu respeito e, destas não pretendo mais dar alguma explicação ou escrever outro post como esse.

Resta-me a esperança de que as pessoas deixem de enxergar as outras sob a ótica de suas ideologias, para que assim possa existir de fato o "outro" e não uma extensão distorcida de "mim".

Mais uma consideração...

Já é madrugada! Meus olhos não querem descansar; meu corpo não quer deitar, minha mente não quer parar! Todas as partes que meu ser constitue, se consome em raiva e, não posso me deleitar em sonhos conturbados enquanto não transcrever uma carta aberta a quem quer que ouse ler este blog...
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Talvez, uns não entendam o que se passa - e as estes, minhas profundas desculpas -, mas para um bom difamador de "boas noticias" - para não me usar da palavra fofoqueiro - e para os receptores de tais noticias, considerem minhas palavras com real seriedade e revolta. Afinal, cada dia que se passa, acabo me apercebendo de que boas noticias "merecem" ser contadas... Não é mesmo?
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Digo-lhes: De que isso servirá? Qual a verdadeira intenção por detrás de cada atitude? Ah, por favor, não me venham com discursos me dizendo sobre a vontade divina para os seres humanos, e em especial, para comigo. Não me façam rir dos fingimentos e da "esperança" de transformação. Não esperem que eu me preocupe com o que vocês pensam sobre quem eu tenho me tornado, porque nessa questão, bem sei quem sou e para onde vou.
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Digno de pena, deturpador da ordem, destruidor de famílias, abominável, tolo, vamos... Escolham alguns desses títulos que já recebi, ou se preferirem, acrescentem mais algum!!! Façam o que vocês durante toda a história fizeram: Persigam, interroguem, condenem, queimem os hereges... Façam fogueira santa para aqueles que pensam diferente e, quem sabe o "cheiro suave" suba até Deus! Vamos... O tempo corre... Ah... Não se esqueçam que alguns concilios podem ajudar nessa cruzada contra o "inimigo" da "santa fé", só não percam muito tempo nessa burocracia!
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Me poupem... O medievalismo sucumbiu - pelo menos nas esferas sérias da sociedade - no séc 15! A heteronomia já está na hora de ser questionada para o bem de todo o planeta, já que, se assim continuarmos, um embate violento entre Cristãos e Islãmicos não tardará a acontecer. Está na hora de sair da casca do ovo, do fanatismo, da intolerância, da contra-cultura, da alienação...
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Façam suas críticas, pensem como quiserem, mas sejam no mínimo humanos e respeitosos em não querer ditar as regras sobre a existência de outrem! E por favor, não queiram que todos sejam iguais quando a beleza e o avanço se encontra na diversidade...
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Por fim, façam correr a "boa noticia", porque esta não tratará prejuízos a mim, mas a própria imagem do orgão que tanto lutam para manter imaculado! Digo que a primeira, última e única atitude que pudessem tomar, já foi tomada: quiseram aplicar disciplina ao vetarem a educação teológica... Mas este ato, para vossa infelicidade, não obteve muito sucesso e, a cada dia, mais uma nova vida é impactada pela "boa noticia" daquilo que o diabo pode fazer se derem lugar a ele...
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Entrepidez...
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Estupidez!!!

Uma Resposta ao Ocorrido...

É inquestionável o fato da Terra realizar sua órbita ao redor do Sol, juntamente girando em torno de seu próprio eixo. Nós, ínfemes seres humanos, não conseguimos acompanhar esse movimento a olho nu... Afinal, em relação a Terra, nós estamos em repouso, como diria a Física Moderna.

Apesar de não perceptível por nós - num primeiro momento - a terra continua a sua órbita independente de fatores lógicos dos seres humanos. Gaia realiza sua função dia após dia, em velocidade constante, sem que nada a impeça.

Se me permitem a alegoria, direi que sou como esse planeta que chamamos de Casa. Independente daquilo que é externo, permaneço constante em minha rotação. Não posso me comparar totalmente a esse mundo, porque diferente de mim, este possui milhões de anos e, convenhamos, é tempo para caramba. Contudo, prossigo na desconstrução, construção e manutenção daquilo que chamo de identidade complexa pessoal.

Não posso desvencilhar de mim a tão querida filosofia, a mística tão suavemente presente e o ideal pulssante de mudanças. Todos esses elementos são a base para que me compreendam. E também, são estes fatores que me fazem ficar firme diante do ocorrido.

Não causa preocupação e estresse que por ingenuidade de uns, burrice de outros, inveja - por que não? - de uns poucos, ortodoxia de outra parcela, uma comunidade inteira venha a saber de quem realmente sou.

Minha cabeça não se inclina nenhum grau que seja, por onde quer que eu passe. Meus olhos não vascilam quando fito olhares inquisitórios ou de estranheza e, finalmente, minha mente não se engana com o finjimento velado em cada boa ação e/ou atitude de muitos daqueles que se relacionam comigo.

Que minha postura não seja encarada como rebeldia, pois isso seria ingenuidade e prova de que de tudo o que foi lido, nada foi entendido. Contudo, minha postura é única e pessoal, assim como minha mente. E, da mesma forma, como Gaia Terra translada em torno do Sol, meu mundo fará sua volta em torno dos pensamentos, atitudes, olhares e opiniões de quaisquer que forem.

Afinal, cheguei a essa terra livre, e nela permanecerei livre, até que a sepultura me prenda... Más notícias para aqueles que tentam manipular minha existência: Sou um ser Eterno e, livre na eternidade.

PS: Liberdade não esta fora, mas puramente dentro da mente...

Poemas e Cativeiros


"E os poemas do cativeiro não quebram as correntes e nem abrem as portas, mas, por razões que não entendemos bem, parece que os homens se alimentam deles e, no fio tênue da fala que os enuncia, surge de novo a voz do protesto e o brilho da esperança." (O que é religião - Rubem Alves. p. 20)


Se houve uma frase que me explica-se o por quê de me dedicar tanto a escrita - mesmo que esta não sejam lidas -, seria esta de Rubem Alves.


O poeta é estimulado pela cativeiro que o aprisiona, a tecer palavras que alinhadas a outras palavras se tornarão voz de protesto.


Lembro-me de tantos "poetas do cativeiro" que ficaram eternizados pela história, e de como eles se posicionaram contra a opressão, se lançando contra o regime que lhes cortavam as asas.

Seja através do uso de belíssimas e cortantes retóricas pronunciadas em altos palaques; seja através de cartas redigidas as pressas e à mão nos cárceres; seja com a marcha de muitos pés ao longo das ruas e avenidas, o clamor dos poetas se faz ouvir.


As mudanças mais radicais, em contexto histórico que for, aconteceram quando prenderam os poetas, os sonhadores, os diferentes. Aconteceram quando tentaram impor regras normativas, ou cosmovisões restritas. A revolução aconteceu quando uma voz ousada fez se escutar no silêncio da repressão.

Claro que os poemas, os versos, as vozes por si só não conseguiram derrubar as paredes, arrebentar as correntes, estraçalhar os grilões. Mas serviu de fio condutor para canalizar as vontades de mudanças para o momento propício; serviu para propagar a voz de protesto; para reavivar a esperança.


Os homens se alimentam desses escritos. Mas como se pode ver: não é qualquer homem. Só os encarcerados farão suas vozes ouvir. A repressão trará mudanças, se forem bem aproveitadas. Do caos emergirá a ordem. Do rompimento do velho sistema surgirá uma nova ordem; uma nova ordem de pensar e enxergar o mundo.


Minhas grades ainda estão a minha frente; os grilhões ainda nos meus pulsos; mas em contraste a isso tudo, o papel e a caneta estão ainda em minhas mãos. E eu me alimentarei de meus poemas, até que de minha tênue fala se propague brados de protesto e brilhos de esperança.


Tenho dito...

Desabafo a Deus...

Eterno, você é por si só Inalcançavél, Incomprensível, Incomensurável, como pode o ínfimo ser humano determinar o que passa em sua intendível mente? Como podemos levantar bandeiras, fazer guerras, excluir pessoas, em nome do Senhor? Que ousadia é essa que tomou conta de nós?

Confesso a ti que estou profundamente magoado. E me magoo com aqueles que inquestionavelmente dizem ser conhecedores de seu caráter e de sua personalidade. Triste estou com aqueles que afirmam categoricamente serem filhos do senhor e de possuírem a mente de Cristo. Injuriado com aqueles que a frente estão da massa religiosa. Decepcionado porque sei que essa cabeça medieval, que exclui o séc XIX da história, não mudará, e enquanto grandes homens não se levatarem para sepultar esses dogmas que refletem muito mais os humanos, do que Tu que és divino, muitas pessoas continuarão no obscurantismo que a Idade Média institucionalizou.

Com a consciência pesada fico, pois por muito tempo eu levantei o meu dedo, e em alta voz bradei certezas que vejo que não as terei enquanto com o senhor eu não me encontrar. Não me castigues por ser tão menino...

Liberte pelo amor aqueles que são oprimidos pela falsidade, pela fofoca; que são reprimidos por qualquer tipo de jugo, seja dogmas e doutrinas, ou leis que não corresponde com o céu. Enxuge as lágrimas dos que choram, como creio que farás, porque incompreensão e obrigações ferem o coração. Acalme com sabedoria aqueles que, como eu, se revoltam com a situação atual da existência, pensando em jogar tudo para o alto. E traga de volta a esperança que a muito mingua; esperança que mostrar estar o seu amor acima das pessoas, das escolhas, das igrejas, das doutrinas, da sociedade, dos pecados, dos demõnios, de Satanás... Esperança, que se nos aprover, chamemos pelo nome de Jesus.

Um humilde e revoltado ser humano...


Alan Buchard


Como diz Kierkegaard: "Um dia, uma linha...", escreverei mais vezes nesse blog! Por agora...

... Permitam-me fazer uma alegoria as palavras proferidas por Jesus, retirando-as do seu contexto: "Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas" (Mateus 7:6)

Minha intenção aqui não é falar de missões, evangelismo, salvação e etc, mas sim daquilo que é íntimo... Daquilo que é considerado para cada um, o maior tesouro!

Apesar dor termo "tesouro" ser muito pouco utilizado por nós nesses tempos modernos, retrata bem a identidade própria de cada um. algo a ser enxergado, tal como os piratas que viveram séculos atrás enxergavam suas conquistas de ouro e prata: com Seriedade e Mistério.

Pensamentos íntimos, vontade própria, ideologias poderão ser más interpretadas, se com seriedade não refrearmos os impulsos que ocasionalmente surgem, e que aparentemente precisam ser extravazados, não importando quem quer que ouça.

O resultado pode ser desastroso...

O mistério tem que pairar, até que se decida ser quem você é, e ter peito para suportar o escândalo que isso será. O mistério deve ser velado. Para desvendá-lo... Só se reportando a quem criou o mistério.

Cada um tem seu tesouro que merece ser muito bem guardado, se possível, escondido. E que só merecem ser revelado para aqueles que não farão como os porcos fazem com as pérolas. Nem deêm aos cães o que é santo no subjetivo...

Para estes cães, estes porcos, pérolas não servem para nada. Afinal, são seres irracionais. E para quem não pensa, diálogo pouco adianta.

Não lançeis pérolas aos porcos, nem o que é santo aos cães, porque dessa forma, seu tesouro - de estimadíssimo valor - não será reconhecido pela massa irracional dos porcos e cães, que não farão outra coisa a não ser pisar sobre ele.

E que dor profunda será....

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